São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Sistema argentino define repasse de verba

FERNANDO GODINHO
DE BUENOS AIRES

A avaliação que está sendo feita nas universidades argentinas desde 1995 servirá como referência para o repasse de verbas orçamentárias federais, estimadas para este ano em US$ 1,574 bilhão.
A Argentina possui 36 universidades públicas federais e 34 universidades privadas, segundo dados do Ministério da Educação.
Hoje, o repasse depende do número de alunos matriculados e do poder político de cada universidade junto ao governo federal.
Até 1995, a avaliação universitária na Argentina ocorria a partir de uma iniciativa das próprias instituições, sempre no âmbito do Conselho Interuniversitário Nacional -uma organização corporativa das universidades.
A partir da criação da Coneau (comissão nacional de avaliação e qualificação universitária, numa tradução livre), a auto-avaliação se tornou obrigatória.
As universidades também passaram a ser submetidas a uma avaliação externa.
Como funciona
São analisadas a quantidade e a qualidade dos trabalhos e das pesquisas realizadas pelos professores, assim como o desempenho acadêmico dos alunos. Todo esse processo será repetido em períodos de seis anos.
O resultado dessas duas avaliações é encaminhado à Coneau. A comissão produz um relatório final sobre a universidade, que é divulgado publicamente.
O documento inclui observações das universidades sobre a avaliação final.
"Nessa primeira etapa, nosso relatório servirá de base para quem precisa contratar um profissional recém-formado e para quem vai escolher uma universidade para estudar", disse à Folha o diretor-executivo da Coneau, César Peón.
Ele confirmou que o governo federal pretende repassar uma maior quantidade de verbas orçamentárias para as universidades que conseguirem melhor avaliação por parte da Coneau.
O programa argentino de avaliação universitária é criticado principalmente pelas universidades públicas -que são as maiores do país e recebem a maior quantidades de recursos- e pelas entidades que representam os estudantes.
Os críticos dizem que o sistema provocará uma redução no repasse das verbas federais e, assim como no caso brasileiro, significa um fator de discriminação ao recém-formado que ingressa no mercado de trabalho.
Até agora, apenas três universidades (todas públicas) concluíram o processo de avaliação: Universidade Nacional do Sul, Universidade Nacional de Cuyo e Universidade Nacional da Patagônia Austral.

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