São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Nota A faz curso virar modelo em MG

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os resultados obtidos no último provão estão estimulando a Escola de Engenharia Civil da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) a construir um Sistema Integrado de Ensino Superior, do qual participariam 13 faculdades de engenharia civil de Minas (entre as quais, seis federais).
A engenharia civil da UFMG foi a única em Minas a obter três conceitos A no Exame Nacional de Cursos de 96. A escola vinha trabalhando numa modificação curricular havia três anos.
"Antes, a ênfase era total na chamada engenharia do projetar e construir. Hoje, a engenharia passa, por exemplo, pelo saneamento básico, meio ambiente, transporte e recursos hídricos, deve ser mais voltada para atender as demandas da sociedade", diz Aecio Freitas Lira, diretor da Escola de Engenharia da UFMG.
O novo currículo, que passa a vigorar no ano que vem, criou o chamado internato curricular. A idéia, que foi testada em um projeto piloto realizado em alguns municípios do Vale do Jequitinhonha no ano passado, é levar os alunos ao interior.
Os estudantes da área de saneamento básico, meio ambiente, hidráulica e recursos hídricos, transporte, geotecnia, estruturas e construção fariam um internato em outras cidades, com orientação de professores e integrantes da comunidade, dando inclusive apoio técnico às prefeituras.
"Isso é bom também em termos de mercado de trabalho, pois o aluno, após esse contato, pode até mesmo resolver ficar naquela cidade", diz Lira.
O diretor conta que o projeto despertou a atenção das demais escolas. "Seria fantástico se todas adotassem o novo currículo. São 800 municípios em Minas, somando os alunos da UFMG aos das outras faculdades, poderíamos atender mais comunidades."
Para viabilizar a idéia, foi criado um modelo batizado de Sistema Integrado, que contaria com a participação de órgãos estaduais ligados à engenharia, como Cemig, Telemig e DER, entre outros.
Baseada em seu triplo A, a engenharia civil da UFMG serviria como referência para as outras escolas, ajudando na implementação do currículo, na capacitação de professores e treinamento, entre outras atividades.
Na sexta-feira passada, representantes das 13 faculdades de engenharia civil de Minas se reuniriam com representantes de governos municipais e do estadual para criar grupos de trabalho e discutir as possibilidades de financiamento do programa.
"É uma forma de uma faculdade que é A ajudar outros cursos e contribuir para que a avaliação geral melhore no futuro", afirma o diretor.

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