São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Teste vai influenciar mercado de trabalho

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

O provão será um dos mais fortes indicadores de qualidade e vai ajudar o empregador a escolher o seu futuro funcionário. Essa é a opinião de representantes de entidades de classe e grupos de empresários ouvidos pela Folha.
"Hoje, já existe uma tendência em preferir alunos das faculdades mais bem conceituadas. O provão será um parâmetro mais objetivo para medir qualidade e é claro que o mercado vai olhar para isso", diz Fábio Ferreira de Oliveira, 46, presidente da Comissão de Exame de Ordem da OAB-SP.
O presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) concorda. André Fázio, 49, afirma que a influência do teste nos empregadores será forte. "A cultura do provão ainda não existe, mas com certeza vai existir."
O exame do MEC já surtiu efeitos no Crea. Por causa dele, o conselho decidiu propor a reformulação do currículo de engenharia. "O currículo usado hoje é de 1976. Muita coisa mudou e tem que ser incluída no curso", afirma Fázio.
Segundo o presidente do Crea, existem problemas nos cursos de engenharia que estavam "adormecidos" e, com o provão, vieram à tona. "Temos que atualizar o curso. E essa incapacidade de mudança é um problema sério."
O vice-presidente do Secovi (sindicato do ramo imobiliário), Claudio Bernardes, 42, não tem dúvidas de que, "em alguns anos", todas as empresas vão começar a analisar os resultados dos testes na hora de contratar.
"Quando a vaga é para um recém-formado, o que conta é o nível da faculdade. Não temos outra referência do profissional além da imagem que temos da escola onde ele estudou", afirma.
Todos os entrevistados, no entanto, ressaltam que ainda é cedo para analisar os resultados do provão no mercado de trabalho porque o exame é recente e ainda está sendo organizado.
"O MEC (Ministério da Educação) até agora só fez uma avaliação. Houve muitas abstenções. Por isso, o teste ainda não representa a realidade. Mas, com o tempo, ele será um importante instrumento para medir os cursos", afirma Claudio Bernardes, 42, do Secovi.
Pró-provão
O exame do MEC está em alta nas associações de classe. "É um começo e um mecanismo de avaliação", afirma o presidente do CRO (Conselho Regional de Odontologia), Paulo Mercadante, 48.
E acrescenta o vice-presidente do Secovi, Claudio Bernardes: "O exame é muito interessante. Vai fazer com que as escolas melhorem porque ninguém vai querer ficar publicamente mal avaliada".

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