São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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DEPOIMENTO

"Prefiro ter ao meu lado um machão que me proteja a um intelectual muito respeitador. Meu ex-marido era extremamente rude: a força muscular dele não permitia que ele deslanchasse.
Ele impunha medo na base da ignorância. Não posso me queixar, porque na época o medo me excitava muito. Essa história de dizer que machão é ruim de cama não tem nada a ver: machão que é machão honra a mulher que tem na cama.
Agora, atenção: não confundir machão com cafajeste. O Jece Valadão, por exemplo, é um 'aleijo'.
Machão para mim é o cara que toma a dianteira da mulher, resolve problemas, paga a conta, tem ciúme.
Outro dia, na estrada, a polícia parou meu atual namorado, que também é machão, e eu tentei abrir a porta do meu lado para conversar com o guarda. Ele fechou a porta com as costas e se colocou entre mim e o policial. Foi como se dissesse: 'Fica na tua que essa parada eu resolvo'. Não é excitante?
Mesmo que o carro seja meu, prefiro que o homem pegue o volante, acelere, se preocupe com o semáforo.
Meus namorados me cobram tudo: faço questão. Quero que se interessem em saber quem era aquele com quem eu estava conversando, o que eu fazia quando ele ligou e ninguém atendeu. Tem de ter um aquecimento.
Se eu vejo que tudo vai muito bem, fico perdida, sem saber para que time o cara torce: Fla, Flu, ou é Lulu?"

Ana Paula Barbosa, 29, é separada, tem um filho e trabalha com mercado financeiro

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