São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Inadimplência é menor em 97

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A inadimplência neste 3º ano do Real foi menor do que no ano anterior, embora ainda se encontre alta em relação aos níveis de antes da estabilização.
Somente agora está ocorrendo um maior amadurecimento, tanto dos consumidores quanto das empresas, afirmou o presidente da Serasa (Centralização de Serviços Bancários S/A), Elcio Anibal de Lucca.
Algumas empresas do comércio aprenderam a conceder crédito de forma mais eficiente, disse de Lucca. O mesmo não acontece com a pessoa física, cujo aprendizado é mais lento, acrescentou.
As redes de varejo já começam a adotar técnicas de concessão de crédito mais eficientes, disse o presidente da Serasa.
Entre julho de 96 e junho de 97, o número de títulos protestados, segundo a Serasa, foi de 7.343.
Nos 12 meses anteriores, de julho de 95 a junho de 96, o número de títulos protestados foi bem maior: 9.266.
No primeiro ano do Real, foram protestados 6.755 títulos, quase o dobro do volume registrado entre julho de 93 e junho de 94.
O mesmo acontece com os pedidos de concordatas.
No 3º ano de Real as concordatas requeridas totalizaram 584, quando no ano anterior foram 1.700.
Entre julho de 93 e junho de 94, o número de concordatas requeridas chegou a 595.
Bancos
O fim das altas taxas de inflação foi um dos principais responsáveis pela crise bancária que o sistema financeiro nacional enfrentou após o Plano Real.
O ganho com a inflação nos depósitos à vista foi praticamente reduzido a zero, segundo Erivelto Rodrigues, sócio-diretor da consultoria Austin Asis.
"As instituições financeiras perderam aproximadamente US$ 25 bilhões de float", disse.
A estratégia dos bancos, segundo o consultor, tem sido a de recuperar parte desse capital por meio de cobrança dos serviços bancários, antes gratuitos.
No entanto, afirmou Rodrigues, a cobrança pelos serviços bancários está chegando ao limite, já que os grandes bancos internacionais que estão entrando no mercado brasileiro são altamente competitivos.
"As instituições financeiras brasileiras terão de melhorar a eficiência na concessão de crédito", afirmou.
No início do Real a taxa de inadimplência média dos bancos era de 0,3%. Em dezembro do ano passado chegava a 4,1%.
Reformas
O atraso na aprovação das reformas constituticionais continua na pauta do empresariado.

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