São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Supercalouro chega sem 'travo' à NBA

TIM DUNCAN
ESPECIAL PARA A FOLHA

Meus anos de faculdade acabaram e, como acontece com graduados no mundo todo, chegou a hora de arranjar um emprego.
Para sorte minha, já descolei um. E que emprego! Vou ser bem pago para jogar o esporte que eu amo.
Quando o "draft" se aproximou, na quarta, muitos colegas estavam ansiosos. Eu não. Minha única preocupação era não tropeçar ao subir as escadas para conhecer meu futuro time da NBA.
Muitos me perguntam por que resolvi ficar os quatro anos na Universidade de Wake Forest, já que a maioria dos bons atletas têm arriscado a sorte na liga profissional antes mesmo de se formar.
Minha razão é muito simples: medo de fracassar. Precisava ter certeza de que estaria pronto para desafiar os melhores do mundo.
Acho que tinha talento para emplacar na NBA há dois anos. Mas queria amadurecer física e mentalmente -vi que isso é importante nas últimas finais, entre Chicago e Utah. O calendário é massacrante.
Agora, me sinto tranquilo e destravado para seguir em frente.
Preciso apenas estudar um pouco as minúcias das regras da liga, principalmente em relação à defesa (o basquete universitário permite a marcação por zona, banida no profissional). Mas não tem outro jeito, essas nuances só vou aprender quando estiver jogando.
Outras pessoas acham que não vou funcionar ao lado de David Robinson, outro pivô dos Spurs.
Besteira! Sou um armador disfarçado de pivô!
Como cresci bastante tarde, desenvolvi todo um jogo de perímetro, aprimorando minha habilidade nos passes e bate-bola.
Somente comecei a atuar como pivô nos últimos seis anos. Foi então que aprendi a jogar perto da tabela, nos rebotes.
Penso que Robinson também é versátil. Estou com muita vontade de me testar ao lado dele.
Acho que vamos nos revezar informalmente em quadra nas funções de pivô e ala-pivô. Tenho certeza de que iremos causar muitos problemas para os adversários.

Nascido nas Ilhas Virgens, Tim Duncan, 21, 2,08 m, pivô, foi o primeiro escolhido no vestibular 97 da NBA, o "draft". Este texto é uma versão editada de duas colunas que ele assinou originalmente no diário americano "USA Today"

Texto Anterior: Gustavo Kuerten desafia nova quadra para se manter na elite
Próximo Texto: Vestibular anual tenta premiar times mais fracos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.