São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997
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Centro mantém reserva de lazer da cidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo desgastado e buscando renascer, o Centro de São Paulo ainda é uma região importante entre os itens apurados pelo levantamento do Datafolha.
Muito do fôlego da região se encontra na área cultural. Dos 44 teatros apurados no levantamento, 26 estão na região, sendo 12 no bairro da Bela Vista.
A região concentra mais da metade dos cinemas paulistanos -38 de um total de 72. Abriga também 11 museus (31 na cidade), dez galerias/espaços para exposição e três casas de shows.
O distrito é formado pelos bairros da Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade e Santa Cecília.
A abundância de pontos de diversão convive com o problema do trânsito, agravado pelo fato de a região concentrar boa parte dos empregos em São Paulo.
Problemas
Para a atriz e produtora de teatro Silvana Abreu, 31, o centro ainda é o melhor lugar para montar uma peça de teatro.
"Se fosse para escolher, gostaria de colocar um peça na avenida Paulista, que é onde está o grande público. Além disso, a questão de transporte é muito importante. No Centro tem transporte de todos os lugares da cidade", afirma.
Silvana está com a peça "Viúva, Porém Honesta" no Sesc Anchieta (Vila Buarque). Apesar de considerar o teatro bom, ela reclama da insegurança da região. "Dá medo de deixar o carro na rua."
A oferta de imóveis residenciais no Centro é escassa. Existem hoje 718 unidades novas à venda -a mais baixa oferta entre as regiões de São Paulo, de acordo com o Datafolha. O preço do m2 fica em R$ 1.828, acima da média geral da capital, que é de R$ 1.536.
O aluguel médio é de R$ 690. O Bom Retiro tem o menor valor da região -R$ 535-, quinto menor valor médio apurado em São Paulo. Mas o Centro abriga boa parte das "pechinchas" -imóveis que perderam até 50% de seu valor inicial em decorrência de obras como o "Minhocão".

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