São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997 |
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Partido pró-China diz que vai 'se esforçar' por democracia
JAIME SPITZCOVSKY
Mas Tsang, um ex-professor de matemática, avalia que a China busca o sucesso da fórmula "um país, dois sistemas", baseado na manutenção do atual sistema do território nos próximos 50 anos. (JS) * Folha - Hong Kong vai ter o mesmo grau de democracia depois de 1º de julho? Tsang Yok Sing - Honestamente, eu diria, em primeiro lugar, que não sei. Em segundo lugar, meu partido, meus colegas e eu faremos todos os esforços necessários para garantir que haja o mesmo grau. Acreditamos no princípio "um país, dois sistemas", ou seja, que as liberdades civis da população estarão protegidas. E acreditamos que o governo chinês deseja que a fórmula "um país, dois sistemas" tenha sucesso. Sabemos também que há, entre os políticos em Pequim, pessoas com visões diferentes em questões como liberdade de imprensa e de expressão. Sabemos que haverá divergências e conflitos, mas acho que há espaço e interesses comuns para chegarmos a entendimento. Folha - O sr. defende o direito de a população de Hong Kong continuar organizando a homenagem anual aos mortos pelo governo chinês no massacre do movimento pró-democracia em 1989? Tsang - Mas é claro. Não são os funcionários do governo chinês que vão decidir o que pode e o que não pode ser feito em Hong Kong. As leis daqui devem prevalecer. Folha - O regime comunista não tem uma tradição de respeito às leis. Há leis chinesas, por exemplo, que garantem liberdade de expressão. Por que o sr. crê que será diferente no caso de Hong Kong? Tsang - O governo chinês quer que a fórmula "um país, dois sistemas" tenha sucesso. Quer que o mundo veja que ele é capaz de conduzir tal experiência. A China precisa de Hong Kong como um centro financeiro próspero e estável. Pequim tem planos muito ambiciosos de desenvolvimento econômico nos próximos anos e sabe que Hong Kong é a fonte principal de recursos e investimentos. Folha - Como o sr. reage à acusação de ser "agente de Pequim"? Tsang - Sempre houve um setor em nossa comunidade que foi chamado de pró-Pequim ou pró-China, pessoas que, vivendo em Hong Kong, sempre se identificaram como chineses e reconhecem o regime de Pequim como legítimo governante da China. Preferimos ser chamados de patriotas, embora eu não me importe em ser classificado como pró-Pequim. Se somos todos chineses, não é estranho rotular as pessoas como pró-China? Esse rótulo é usado por pessoas que acham que Hong Kong não é parte da China, pessoas que dizem que quando houver um conflito entre Hong Kong e China, nós, os pró-Pequim, vamos apoiar a China. Nossos rivais tentam, com esse argumento, nos afastar da comunidade local. É uma tática usada nas eleições. Texto Anterior: Ativistas promovem ato hoje em Londres Próximo Texto: Futuro governo chinês de Hong Kong diz que não vai reprimir população local Índice |
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