São Paulo, domingo, 29 de junho de 1997 |
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Acendedor automático resiste à 'era do microondas'
DA REPORTAGEM LOCAL Sabe aquele antigo acendedor de fogão com formato de revólver? Já fez 30 anos e ainda vende, mesmo em época de fornos microondas e fogões que acendem automaticamente. O microempresário Antonio Reis, 55, que o diga.A família dele fabrica o produto, há mais de 30 anos, e detém, segundo Reis, a patente do invento, batizado oficialmente de "pistolinha". "Não é difícil encontrar donas-de-casa que usam o produto." O modelo vendido atualmente é quase idêntico aos primeiros produzidos na década de 60, quando os únicos concorrentes ainda eram os palitos de fósforo. A mudança mais recente foi há 15 anos. "Trocamos apenas o material usado para fabricar o cabo do acendedor", explica Reis, que emprega hoje 20 funcionários em sua empresa, a Eletro ARR. Ele conta que foi o pai, também Antonio, quem inventou o formato tradicional da arma de fogo. "Ele veio de Portugal cheio de idéias. Começou o negócio em um fundo do quintal." A fábrica de acendedores, administrada atualmente por Reis, sua filha e o irmão, ocupa hoje um terreno no Ipiranga (zona sudeste de São Paulo). Segundo ele, a indústria tem capacidade para produzir cerca de 20 mil acendedores/mês. O empresário não revela a quantidade de produtos fabricados. Mas admite que, mesmo tradicional, o acendedor não ficou livre da concorrência dos mais modernos. A fábrica da família já chegou a empregar o dobro de funcionários do quadro atual. "A importação de produtos mais baratos e de qualidade inferior afetou as vendas." Mesmo assim, garante que o acendedor elétrico não sofre ameaça de extinção. "Ainda há mercado para o produto, porque nem todos têm fogões sofisticados", afirma. "Além disso, até os mais modernos podem enguiçar, e o acendedor sempre será um bom substituto." Segundo Reis, o aparelho, que custa cerca de R$ 5 nas lojas, também é bastante procurado para uso em fogões portáteis, geralmente usados em acampamentos. Apesar de apostar na longevidade da "pistolinha", Reis conta que, desde o início, procurou diversificar a produção. A Eletro ARR fabrica também campainhas musicais e extensões elétricas. "Mas os acendedores continuam sendo o carro-chefe." Texto Anterior: Compra de plásticos é por impulso Próximo Texto: Televenda alavanca lucro Índice |
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