São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mulher não podia sair de casa

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SETE LAGOAS (MG)

A empregada doméstica Maria Helena Soares de Freitas, 26, ferida no peito por um tiro disparado pelo marido, o soldado Norberto Soares de Freitas, disse ontem que ele não a deixava sair de casa nem para ir à padaria e que a agredia desde que se casaram.
O casal, que tem uma filha de quatro anos, vivia com o salário que, com os descontos, não ultrapassava os R$ 400.
A seguir, os principais trechos da entrevista de Maria Helena Soares à Agência Folha.
*
Agência Folha - A senhora já tinha sido agredida antes pelo seu marido, por causa de ciúmes?
Maria Helena Soares de Freitas - Já, muitas vezes. Ele era agressivo até com a própria filha de quatro anos. Batia nela também.
Agência Folha - Por que ele não atirou na filha?
Maria Helena - Eu acho que ele não a viu, pois ela estava debaixo da cama.
Agência Folha - Ele a ameaçou de morte, depois que a senhora veio morar com a sogra?
Maria Helena - Ele ligou para mim e disse que eu estava brincando com fogo.
Agência Folha - Ele não a deixava sair de casa?
Maria Helena - Nem para ir na casa da minha mãe. Este ano, minha filha começou a estudar e eu tinha de levá-la (para a escola). Mas, se eu demorasse mais de dez minutos, ele já me batia.

Texto Anterior: Caso é particular, diz comando
Próximo Texto: Juíza manda PMs de Diadema a júri
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.