São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Para professores, provas foram bem-formuladas

DA REPORTAGEM LOCAL

A exceção ficou por conta dos professores de odontologia, que fizeram várias críticas ao exame.
Apesar de terem apontado falhas na elaboração de algumas questões e na operacionalização do exame, a maioria do professores disse que as provas estão de acordo com os objetivos de avaliação do MEC (Ministério da Educação).
Para Cássio Mesquita Barros, professor de direito do trabalho da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP (Universidade de São Paulo), a prova valorizou a formação humanística e os conhecimentos interdisciplinares.
Segundo ele, que fez parte da comissão de especialistas que traçou o perfil do profissional avaliado pelo provão, o exame conseguiu determinar o grau de conhecimento e a competência do aluno.
Por outro lado, segundo ele, a operacionalização da prova apresentou algumas falhas, como a não-inclusão de alguns alunos, que acabaram tendo de recorrer à Justiça para poder fazer o exame.
Para o coordenador de graduação do curso de engenharia civil da Unicamp (Universidade de Campinas), Luiz Roberto de Agostini, o conteúdo da prova deste ano estava mais próximo do esperado.
Apesar disso, ele disse que o exame não é um bom parâmetro para a avaliação do curso da Unicamp, que dá ênfase à especialização.
"A prova foi feita em cima do currículo mínimo. O que vai distinguir é o mercado", disse.
O professor do departamento de engenharia civil da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial) Luiz Sérgio Mendonça, por outro lado, considerou a prova abrangente.
"A prova foi abrangente e conseguiu medir o conhecimento profissional e técnico do formando."
O coordenador do curso de administração pública da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Álvaro Martim Guedes, disse que a prova estava melhor que a do ano passado e privilegiou os temas de recursos humanos e marketing.
Apesar de citar incorreções em duas questões, o professor das Faculdades Associadas Ipiranga Paulo Monteiro disse que a prova estava inteligente e bem-feita.
Odontologia
Para o professor Frederico de Andrade e Silva, coordenador de graduação do curso de odontologia da Unicamp, a prova "tratou igualmente os desiguais".
Segundo ele, existem diferenças nos procedimentos odontológicos feitos em várias regiões do país.
A professora Maria Auxiliadora Junho de Araújo, coordenadora do conselho do curso de odontologia da Unesp, algumas respostas poderiam diferir do gabarito oficial em função da conduta adotada pelo profissional.
Os professores citaram como exemplo a questão objetiva de número 22, que traz o sistema adesivo como única alternativa para um determinado tipo de restauração.
"O cimento de hidróxido de cálcio é amplamente utilizado no Norte e no Nordeste", diz Silva.

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