São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Metalúrgico retoma estudos e consegue emprego de volta

DA REPORTAGEM LOCAL

Na mesma quinta-feira em que José Albani Correia enfrentava a fila do seguro-desemprego, o metalúrgico Adalberto Soares, 36, se preparava para uma prova de química. Soares é um dos 70 alunos do projeto Integrar em Sorocaba, interior de São Paulo.
Como ele, os alunos são ou estiveram desempregados nos últimos três meses.
O Integrar, criado pela CNM (Confederação Nacional de Metalúrgicos) e administrado por sindicatos de metalúrgicos, funciona em 11 cidades do Estado e tem o objetivo de reciclar trabalhadores.
Além de aulas de disciplinas de primeiro grau, os estudantes aprendem desenho técnico e informática. Há um mês, foi reconhecido pelo Ministério da Educação como curso de primeiro grau.
Foi por estar cursando o Integrar que Soares conseguiu retornar ao emprego, em março.
Depois de seis anos de trabalho, ele foi demitido em 92 da antiga metalúrgica Saturnia, que produzia baterias industriais e automotivas. Segundo dados do sindicato, desde 85, a categoria em Sorocaba encolheu 50% -o número de vagas caiu de 36 mil para 18 mil.
Em abril, Soares conseguiu retornar ao emprego, agora na Heliar, uma parte da Saturnia que foi vendida para um grupo norte-americano. "Só voltei porque estava estudando", conta.
A função que ocupa hoje, de operador de máquinas, é a mesma de há quatro anos, mas os avanços tecnológicos aumentaram as exigências do trabalho.
"Hoje, o trabalhador precisa lidar com sistemas computadorizados e planilhas de controle. Precisa de, no mínimo, primeiro grau", explica o diretor de Recursos Humanos da Heliar, Nelson Lima.
Segundo Lima, desde sua criação, no ano passado, a Heliar só contrata trabalhadores com primeiro grau completo.

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