São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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Estrutura do emprego mudou, afirma Paiva

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Paulo Paiva (Trabalho) disse que a mudança da estrutura do emprego no Brasil é quase sempre confundida com alta do desemprego.
Por causa da abertura econômica, que começou em 90, há uma movimentação dos trabalhadores da indústria para o setor de serviços. Com isso, aconteceu uma maior informalização do mercado, isto é, cresceu o número de empregos sem carteira assinada.
Informações do IBGE mostram que o saldo do mercado de trabalho, nas seis áreas metropolitanas pesquisadas, foi positivo depois do Plano Real. Isso significa que, de julho de 94 a março de 97, o número de postos criados nessas regiões foi superior ao de postos fechados.
O saldo ficou em 842 mil, segundo a PME (Pesquisa Mensal de Emprego). Essa pesquisa inclui as vagas criadas para os trabalhadores sem carteira assinada e por conta própria.
O emprego na indústria começou a cair com a abertura da economia. Comparando os postos de trabalho do setor em abril deste ano, houve uma queda de 7,3% em relação a janeiro de 93. Por outro lado, nesse período, o crescimento das vagas nos serviços foi de 11,2% e no comércio, de 10,8%.
As menores taxas de desemprego no Real foram registradas nos dois primeiros semestres. A redução da inflação provocou alta do consumo e crescimento da economia.
O governo, porém, adotou medidas de contenção e o desemprego voltou a subir. No primeiro semestre de 96, a PME (Pesquisa Mensal de Emprego) registrou índice médio de 5,87%.
O aumento do número de vagas do mercado de trabalho não é, porém, suficiente para absorver a oferta de mão-de-obra. Jorge Jatobá, assessor especial do Ministério do Trabalho, disse que o país vai registrar até 2005 uma pressão da demanda por empregos.
Justiça do Trabalho
As ações individuais na Justiça do Trabalho aumentaram 20% depois do Plano Real.
As Juntas de Conciliação e Julgamento de todo o país receberam quase 2 milhões de reclamações trabalhistas no ano passado.
O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministro Ermes Pedro Pedrassani, disse que esse aumento foi provocado pela redução do emprego formal. O número de dissídios coletivos, segundo dados do tribunal, caiu 50% de 1995 para 1996.

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