São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em Pequim, só os convidados do governo chinês festejaram na praça Tiananmen

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A contagem regressiva dos segundos finais de domínio britânico sobre Hong Kong foi acompanhada por 100 mil convidados pelo governo chinês na praça Tiananmen, em Pequim.
Não-convidados tiveram de assistir a celebração pela TV.
À 0h de hoje (13h de ontem em Brasília), quando a bandeira chinesa começou a ser hasteada em Hong Kong, um show de fogos de artifício comemorou a devolução. Foi o ponto alto do evento, que começou por volta de 22h de ontem e acabou hoje pela manhã. A festa foi transmitida ao vivo por redes como CNN e BBC.
Cantores entoando músicas açucaradas e crianças com roupas de seda dominaram o palco em frente ao mausoléu de Mao Tse-tung, líder da revolução comunista de 1949.
Na mesma praça, tropas do governo reprimiram em 1989 estudantes que pediam democracia.
Acrobatas realizaram performances, e dançarinos vestidos de arco-íris encenaram canções como "Pequim Deseja a Você (Hong Kong) Boa Sorte" antes que a multidão assistisse à cerimônia de devolução em telões gigantes.
A cidade havia amanhecido com chuvas e ventos fortes, mas a meteorologia acertou na previsão de que o tempo, à noite, não atrapalharia a festa.
Na tarde de ontem, a praça foi limpada e desocupada para receber os convidados. Tiananmen deve reabrir ao público hoje.
Muitos chineses ficaram desapontados com a retirada pela polícia dos não-convidados. "Estou triste", disse um homem enquanto deixava a praça. "Saímos de Nanquim para ver isto."
A devolução de Hong Kong ofuscou a celebração dos 76 anos de fundação do Partido Comunista.
A única menção ao evento foi um editorial na primeira página do "Diário do Povo", jornal oficial chinês. O texto afirma que o partido lutou para que a China se tornasse uma nação forte e afirmou que a devolução é o primeiro passo para a reunificação da China com Taiwan.
Em Xangai, 10 mil pessoas cantaram o hino "Sem o Partido Comunista não Haverá uma Nova China". Em Zhengzhou, capital da Província de Hunan (fronteira com a Rússia), um passeio de motociclistas comemorou a devolução. Em Shenzhen, perto de Hong Kong, os chineses saudaram os 509 soldados que primeiro entraram no território.

Texto Anterior: Charles e líder chinês trocam farpas em discursos
Próximo Texto: Taiwan dá sinais de aproximação com a China
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.