São Paulo, terça-feira, 1 de julho de 1997
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O "BRASIL EM AÇÃO"

O programa "Brasil em Ação", novo nome para os 42 projetos já anunciados em agosto do ano passado, tem o mérito de reafirmar a definição de obras prioritárias em infra-estrutura e na área social. Ao tratar de concentrar esforços e sistematizar os investimentos públicos, o plano poderá reduzir o desperdício das obras paradas e tende a maximizar a eficácia dos gastos estatais.
É verdade que o cronograma do plano coincide com o calendário eleitoral. Mas isso não tira a legitimidade da iniciativa. Afinal, o país tem carências reais em infra-estrutura e o programa, em seu conjunto, parece responder à orientação geral de estimular novos investimentos nas regiões menos desenvolvidas.
Seu aspecto propagandístico está, antes, na desproporção entre a magnitude dos projetos e a imagem que o governo pretende atribuir-lhes. O "Brasil em Ação" não tem o porte de um grande plano de desenvolvimento, como os empreendidos na década de 50 ou mesmo na segunda metade dos anos 70.
Os gastos da União nesse plano somam em 97 R$ 3,7 bilhões, o que equivale a cerca de 0,5% do PIB. O governo pretende completar esse conjunto relativamente modesto de investimentos com parcerias privadas. Essa combinação da ação pública com a iniciativa empresarial permite estender o alcance dos projetos e contribui para evitar alguns dos vícios dos empreendimentos exclusivamente estatais. Trata-se, nesse sentido, de uma resposta adequada às limitações orçamentárias.
Apesar das dúvidas de barganha política que pesam sobre algumas das obras, o programa mostra coerência no sentido de integrar o país. A construção de vias de transporte está entre os fatores que mais podem impulsionar o desenvolvimento econômico de regiões menos dinâmicas.
Posto em suas proporções, sem lhe conferir uma grandiloquência inapropriada, deve-se reconhecer que o "Brasil em Ação" fixa prioridades e aponta para a desejável descentralização econômica. Resta esperar que seja de fato implementado.

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