São Paulo, quarta-feira, 2 de julho de 1997
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Baladas ganham outro herói

MARCELO RUBENS PAIVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

"O Amor me Escolheu", novo álbum de Paulo Ricardo, tem de tudo um pouco. A voz permanece rumorejante. Sumiram os gritos e o sintetizador estridente e o repertório é exclusivamente romântico.
O disco abre com "E Não Vou Mais Deixar Você Tão Só" (Antônio Marcos, ídolo popular já morto), cujo refrão é quase uma confissão do novo Paulo Ricardo: "Por isso foi que decidi/Não fico nem mais um minuto aqui/Eu vou buscar o meu amor/O meu amor..."
Diz a segunda música, "Amor em Vão", parceria de Paulo Ricardo e Hebert Vianna: "Cada canção de amor abre a ferida que não vê fim, cada fração de dor agora é chuva que cai em mim..."
O que parece? Um exausto guerreiro que, depois de gritar para multidões "façam a revolução", reclama desvelo, carinho. Acabaram as ilusões incendiárias e os vôos performáticos (estilo herói de história em quadrinhos) de um astro do rock.
Entram a elegância, o verbo, o amor. O disco segue com a melhor faixa, um surpreendente e belo arranjo de "Só Me Faz Bem", de Vinicius de Moraes e Edu Lobo ("É melhor viver do que ser feliz...").
Em seguida, "Que Pena (Ela Já Não Gosta Mais de Mim)", samba funk de Jorge Ben, com participação de uma Fernanda Abreu delicada, contida, ao estilo Nara Leão.
Surge um Paulo Ricardo mais próximo da MPB. Renasce ainda popular. E as baladas românticas ganham mais um herói.
(MP)

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