São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Resultado é comemorado com discurso

LUCIO VAZ
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

O governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), avalia que o PFL vai garantir a sua permanência no cargo em nova votação da Assembléia Legislativa em consequência da exclusão do vice-governador, José Augusto Hulse, do processo de impeachment.
Vieira discursou na praça em frente ao palácio do governo, ontem. Considerou que o resultado da votação é definitivo, apesar da consulta ao STF (Supremo Tribunal Federal). O governador disse estar pronto também para as eleições do próximo ano.
"Esse resultado garante a vitória nas eleições do ano que vem. Estamos firmes e fortes", disse. O governador falou da mobilização do partido e provocou os adversários.
"Eles perderam o segundo turno e quiseram ter o terceiro. Perderam de novo. Vão ter que nos aturar por mais um ano e meio. Começamos uma nova etapa de um trabalho administrativo e político", disse o governador.
Vieira criticou mais uma vez o que chamou de tentativa de golpe. "Eles pensavam que podiam tomar o poder de assalto, mas não contavam com a ação do povo e da Justiça para repor a verdade."
Vieira acha que fica no cargo porque Hulse tem um relacionamento difícil com o PFL. O vice é integrante do grupo histórico do PMDB. Se o governador fosse afastado do cargo, Hulse assumiria o governo com plenos poderes até o final de 1998.
Vieira se relaciona bem com o PFL e está negociando a entrega de secretarias estaduais e a liberação de verbas do programa "Viva o Município" para os deputados que barrarem o seu impeachment.
O secretário-adjunto de Governo, Róger Bitencourt, afirmou ontem que o governador ganhou uma "sobrevida" com o resultado de ontem na Assembléia.
"Ele desligou os aparelhos. Está em repouso, esperando alta. A exclusão do Hulse é a sobrevida que garante a vida do governador. Agora, o PFL fecha com o Vieira na próxima votação", disse.
O governador considera que o resultado do processo de impeachment vai definir o quadro sucessório no Estado no próximo ano. O governador deseja concorrer à reeleição, tendo um representante do PDT no cargo de vice.

Texto Anterior: Manobra de Vieira livra vice de processo
Próximo Texto: PFL agora diz que não quer cargos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.