São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997![]() |
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Deputados se empurram em sessão tumultuada
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS Um tumulto marcou a sessão de ontem da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, que decidiu não abrir processo por crime de responsabilidade contra o vice-governador do Estado, José Augusto Hulse (PMDB). Deputados trocaram empurrões e insultos.Tudo começou quando o presidente da Assembléia, Francisco Kuster (PSDB), chegou ao plenário. A sessão já havia iniciado. Kuster afirmou que estava sofrendo ameaças de morte e que, por esse motivo, a sessão deveria ser suspensa. Deputados do PMDB que queriam a continuidade dos trabalhos saíram de suas bancadas e cercaram Kuster na mesa. Com os dedos em riste, os peemedebistas começaram a xingar o presidente. Houve troca de empurrões. A segurança e alguns parlamentares tiveram de intervir, impedindo agressões físicas. Kuster, com o auxílio de seguranças, retirou-se para o seu gabinete. A sessão recomeçou às 16h, mas foi novamente suspensa para uma reunião de líderes. Cerca de 50 soldados da PM entraram no plenário e cercaram as entradas de acesso às bancadas. Galerias A confusão se estendeu também às galerias da Casa. O secretário demissionário de Desenvolvimento, Henrique Weber (PSDB), disse que foi constrangido pelo chefe da assessoria militar da Assembléia, tenente-coronel Friedrich Gunnar Thieman, que teria tentado retirá-lo das galerias, apesar de estar credenciado. Weber chamou a imprensa aos gritos. Estendeu os braços e mostrou os pulsos ao mesmo tempo em que dizia que estava pronto para ser algemado. "Eu só saio daqui preso", afirmou. Já o líder do governo, Herneus de Nadal, disse que estava "envergonhado de estar fazendo parte da desmoralização" em que, segundo ele, transformou-se o Legislativo catarinense. Por sua vez, o deputado Ivan Ranzolin (PPB) disse que a condução dos trabalhos pela mesa "afrontava a democracia". Mudança de voto Um dos motivos do tumulto foi uma polêmica sobre a sessão da última segunda-feira. Naquele dia, chegou a haver uma votação sobre a abertura do processo contra Hulse. Os deputados aprovaram o pedido, mas a votação acabou sendo invalidada. Kuster primeiro votou contra a abertura do processo. Depois, reabriu a votação e mudou seu voto. Com isso, os pefelistas Onofre Agostini e Ciro Roza, que só não haviam votado a favor de Hulse -o que iria contra orientação do PFL- porque faltaria um voto para excluí-lo do processo, pediram retificação de voto, sem sucesso. Ontem, o PMDB tentava retificar a ata da votação, incluindo o pedido de revisão dos votos de Agostini e Roza. Desse modo, o vice-governador seria excluído do processo por crime de responsabilidade. A Assembléia precisou reforçar sua segurança ontem. Texto Anterior: PFL agora diz que não quer cargos Próximo Texto: O Real e a casa Índice |
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