São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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O Real e a casa

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

FHC não está em campanha, todos sabem. Quem está em campanha é o Real.
Não aquele plano contra a inflação, mas um outro, que deu e vai dar muito mais casa, emprego, etc. De um comercial do governo federal, pago pelo Banco do Brasil, ontem na televisão:
- Com o Real, o brasileiro pôde construir ou reformar sua casa...
Nada de inflação. No lugar de estabilização, "mais bem-estar".
Engraçado também a campanha publicitária falar tanto em "vitória".
*
Não "acabou em pizza", até porque Boris Casoy ainda não estreou na Record para seguir com o bordão.
"Acabou em pancadaria", anunciou Paulo Henrique Amorim, ontem no Jornal da Band, "e o vice-governador está salvo".
O presidente da Assembléia catarinense, que assumiria o cargo de governador, foi o mais exasperado.
Foi quem concentrou, pelas imagens nos telejornais, a "baderna" contra mais um escândalo que dá em nada -ou indica dar em nada, pois falta "salvar" o governador.
A exasperação deixou a sensação de que havia mais do que desejo de justiça, nos oposicionistas catarinenses.
No Brasil, até a solução dos escândalos, como o do futebol, parecem estar servindo a interesses escandalosos.
*
Um certo "presidente do sindicato dos delegados" surgiu ontem na CBN ameaçando:
- O que me preocupa é de repente você perder o controle de um movimento deste porte. O número de policiais é extenso, 20 mil na Polícia Civil, 70 mil na PM. Você perde o controle...
Estava ameaçando com uma greve armada, 90 mil homens armados dispostos a "sair às ruas".
Uma greve sobre a qual os líderes já afirmam não ter controle.

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