São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vieira comemora resultado com discurso

LUCIO VAZ
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

O governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), avalia que a vitória de ontem na Assembléia Legislativa vai barrar o seu impeachment na nova votação que deverá ocorrer em 60 dias.
Ele prevê que a exclusão do vice-governador, José Augusto Hulse, do processo de impeachment levará o PFL a votar pela sua permanência no cargo. Ocorre que o PFL tem um relacionamento melhor com o governador.
Para Vieira, o resultado da votação é definitivo, apesar da consulta ao Supremo Tribunal Federal. "Acabou o golpe. Quem conchavou com intenção de assumir o poder, perdeu. Quem desejar ser governador e vice, vai ter que disputar eleições em 3 de outubro."
Em discurso inflamado feito numa praça que fica em frente ao palácio do governo, o governador declarou estar pronto também para as eleições de 1998. "Esse resultado garante a vitória nas eleições do ano que vem. Estamos firmes e fortes", afirmou.
Vieira falou da mobilização do partido e provocou os adversários. "Eles perderam o segundo turno e quiseram ter o terceiro. Perderam de novo. Vão ter que nos aturar por mais um ano e meio."
Depois, durante uma entrevista coletiva, perguntado se o ex-senador Nelson Wedekin (PDT) vai integrar o seu secretariado, disse: "O senador é realmente um homem íntegro, preparado. Já faz parte do nosso governo".
Vieira acha que fica no cargo porque Hulse tem um relacionamento difícil com o PFL. É integrante do grupo histórico do PMDB. Se o governador fosse afastado do cargo, Hulse assumiria o governo até o final de 1998.
Já Vieira se relaciona bem com o PFL e está negociando a entrega de secretarias estaduais e a liberação de verbas do programa "Viva o Município" para os deputados que barrarem o impeachment.
Vieira considera que o resultado do processo de impeachment vai definir o quadro sucessório no Estado no próximo ano. Ele deseja concorrer à reeleição, com um membro do PDT como vice.
O PMDB não indicaria um candidato ao Senado, reservando a vaga para o PFL.
O objetivo é evitar uma possível aliança PPB/PSDB/PFL.

Texto Anterior: O Real e a casa
Próximo Texto: PDT admite integrar governo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.