São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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Oposição vai ao TSE para falar em rede de rádio e TV

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O bloco das oposições (PT, PDT, PC do B e PSB) vai mover ações judiciais contra o presidente Fernando Henrique Cardoso sob o argumento de que ele estaria usando a máquina do governo a favor de sua candidatura à reeleição.
A decisão dos presidentes e líderes dos partidos, reunidos ontem em Brasília, foi motivada pelo pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV feito por FHC na segunda-feira em comemoração do terceiro aniversário do Plano Real.
O presidente do PDT, Leonel Brizola, disse que FHC age como o boxeador Mike Tyson na briga contra Evander Holyfield: "O presidente está mordendo a orelha do povo brasileiro".
Na segunda quinzena de julho, os líderes dos partidos têm encontro com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Ilmar Galvão, e pretendem pedir o mesmo tempo, em rede de rádio e televisão, usado pelo presidente para falar sobre o Plano Real.
"Devemos ter o mesmo tempo para rebater o discurso do governo, que falou como candidato", disse o presidente do PT, José Dirceu. "Ele politizou o Real e transformou o Planalto em palanque", disse Brizola.
Para eles, a Justiça Eleitoral deve estabelecer para todos os partidos as mesmas chances de acesso à propaganda e impedir que o presidente transforme seus discursos e inaugurações em comícios.
Estratégia
As ações jurídicas contra FHC fazem parte da estratégia definida durante a reunião de ontem. O principal ponto de união do bloco é a defesa de candidatura única na eleição presidencial de 98.
Na reunião, eles definiram também montar um grupo de trabalho para elaborar o programa eleitoral das oposições.
Os partidos irão promover até outubro uma conferência internacional para debater os efeitos no mundo da suposta política neoliberal que estaria sendo praticada por FHC, com o enxugamento do Estado.
"Teremos um debate com representantes da Europa e dos Estados Unidos para dizer que todos querem um Estado forte", disse o presidente do PT.
A reunião do bloco decidiu também tentar aproximação junto aos setores descontentes do PMDB que rejeitam a participação do partido no governo federal. Esses contatos serão também estendidos a entidades civis, sindicatos e associações de empresários.

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