São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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Comando afasta 9 PMs de Diadema

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho de Disciplina da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo decidiu desligar da corporação 9 dos 11 PMs envolvidos nos crimes praticados na favela Naval, em Diadema (Grande São Paulo).
Foram expulsos da PM seis policiais -os soldados Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, Maurício Gomes Louzada, Rogério Neri Bonfim e Nelson Soares da Silva Júnior e os cabos Ricardo Luiz Buzeto e João Batista de Queirós.
Três foram demitidos -os soldados Demontier Carolino Figueiredo, Paulo Rogério Garcia Barreto e o terceiro sargento Reginaldo José dos Santos.
O soldado Adriano Lima de Oliveira recebeu punição disciplinar de cinco dias de prisão e o aspirante a oficial Wilson de Goes Júnior, 15 dias de prisão.
Segundo o major Antonio Carlos Biagioni, subchefe da Seção de Relações Públicas da PM, a expulsão é uma demissão desonrosa. Na prática, o policial demitido pode voltar à corporação caso o processo a que responde aponte sua inocência. O PM expulso não tem como retornar à corporação.
A decisão da corregedoria, que foi informada ontem ao secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, independe dos processos que envolvem esses policiais na Justiça comum.
Nesta semana, a juíza Maria da Conceição Pinto Vendeiro, da 3ª Vara Criminal de Diadema, pronunciou (mandou a julgamento) 9 dos 11 PMs pela morte do conferente Mario José Josino, na favela Naval, em 7 de março.
Os nove PMs também foram considerados pela juíza como responsáveis pela tentativa de homicídio contra o músico Sílvio Lemos, baleado em 3 de março, e por abuso de autoridade.
Com isso, os policiais irão a júri popular. O julgamento deve acontecer ainda este ano.
O soldado Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, foi considerado pela juíza o autor dos disparos que mataram Josino.
Os cabos Ricardo Buzeto e João Batista de Queirós e os soldados Maurício Louzada, Nélson Soares Silva Júnior, Demontier Figueiredo, Adriano Oliveira, Paulo Rogério Garcia Barreto e Rogério Néri Bonfim foram pronunciados como co-autores.
O terceiro-sargento Reginaldo José dos Santos foi inocentado pela juíza das acusações de homicídio e tentativa de homicídio, mas foi pronunciado por abuso de autoridade. Ele também irá a júri popular, junto com os outros nove PMs.
O documento do Conselho de Disciplina considerou, por exemplo, que os soldados Otávio Gambra, o Rambo, e Silva Júnior agiram de "forma covarde". O relatório diz que as atitudes dos dois policiais "revelam a total falta de predicados morais para continuar a servir a corporação".

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