São Paulo, quinta-feira, 3 de julho de 1997
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Promotor pede suspensão de aumento

DA REPORTAGEM LOCAL

A Procuradoria de Defesa do Consumidor pede hoje à Justiça a suspensão imediata do aumento de 25% no bilhete unitário do metrô em São Paulo, considerado abusivo.
O reajuste, que entrou em vigor no último 22, incidiu somente sobre o bilhete unitário, que foi de R$ 1 para R$ 1,25. O bilhete múltiplo de 2 não teve reajuste (ainda custa R$ 2), e o múltiplo de 10 subiu 11,1% (de R$ 9 para R$ 10).
A secretaria argumenta que o objetivo do aumento foi incentivar a compra de bilhetes múltiplos de 2, o que reduziria as filas nos guichês e os custos operacionais do metrô.
Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, desde que o aumento entrou em vigor, a venda de bilhetes unitários caiu mais de 60%, e as filas diminuíram.
O promotor, no entanto, afirma que o aumento de 25% prejudica a parcela dos usuários que adquire habitualmente o bilhete unitário.
Zanellato afirma que o aumento deveria ter sido calculado com base nos custos de operação do metrô. Da maneira como foi feito, o reajuste fere a lei 8.884, de 1994 -conhecida como "Lei Antitruste"-, e o Código de Defesa do Consumidor.
"Se o objetivo era incentivar o uso do múltiplo de 2, por que não deram desconto no preço, em vez de aumentar os outros bilhetes? Além disso, se o objetivo era reduzir as filas, por que reajustaram o múltiplo de 10?", diz Zanellato.
O secretário dos Transportes Metropolitanos, Claudio de Senna Frederico, disse que só comentaria a ação depois que fosse informado oficialmente.
Por intermédio de sua assessoria, Frederico comentou que achava "muito estranho que só o metrô seja citado na ação", porque, segundo ele, haveria outros meios de transporte que também tiveram reajustes acima da inflação.

Inflação
O aumento do bilhete unitário, de 25%, ficou quase 18 pontos percentuais acima da inflação de maio de 95 a maio deste ano. Segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP), entre maio de 96 e maio de 97, o índice inflacionário foi de 7,07%.
A tarifa dos ônibus urbanos, reajustada no dia 7 do mês passado, subiu menos, 12,5%, mas também ficou acima da inflação. A passagem custava R$ 0,80 e passou para R$ 0,90.
Desde que o real foi implantado, a inflação medida pela Fipe foi de 64,6%, até maio desde ano. No mesmo período, a passagem do metrô subiu 88,6%, e a passagem de ônibus urbano, 91,89%.

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