São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PMDB pode atrair pefelistas com verbas

LUCIO VAZ
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

O governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), pretende utilizar os cargos de segundo e terceiro escalões e as verbas do programa "Viva o município", num total de R$ 50 milhões, para garantir o apoio do PFL e evitar o seu impeachment.
Com o dinheiro do "Viva o Município", o governador poderá realizar pequenas obras em cidades que integram a base eleitoral dos deputados estaduais. As prioridades seriam indicadas pelos parlamentares.
Os deputados terão dificuldades para indicar nomes para compor o secretariado, em consequência da pressão do presidente nacional licenciado do PFL, embaixador Jorge Bornhausen. Os parlamentares não vão admitir publicamente o acordo com o governo.
Mas Vieira prometeu manter os indicados pelo PFL para diretorias e gerências do governo. Eles seriam demitidos em represália aos votos do partido pela abertura de processo contra Vieira.
As negociações com o PFL começaram na noite de segunda-feira, depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o governador ficaria no cargo mesmo que a Assembléia aprovasse a abertura do processo de impeachment.
Reconciliação
Vieira ligou para o presidente estadual do PFL, deputado estadual Pedro Bittencourt, propondo a reconciliação. No dia seguinte, os secretários renunciaram, abrindo espaço para a reforma no governo.
O secretário-adjunto de Governo, Róger Bittencourt, admitiu que o governo buscaria acordo com a oposição, principalmente PFL e PDT, oferecendo secretarias.
Anteontem pela manhã, o Palácio Santa Catarina, sede do governo, antecipava que o PFL evitaria o afastamento do vice-governador, José Augusto Hulse. Na sessão da tarde, o acordo foi consumado.
Vieira também pensa nas eleições de 98 ao procurar o PFL. Bornhausen deve ser candidato ao Senado, em aliança com o senador Esperidião Amin (PPB), que será candidato a governador. O presidente da Assembléia, Francisco Kuster (PSDB), seria o vice.
O PMDB quer se coligar ao PDT, mas tem uma estratégia para atrair o PFL. Deixaria de indicar o candidato ao Senado, abrindo espaço para Bornhausen, que enfrentaria só o candidato do PT.

Texto Anterior: Após ajudar vice, PDT deve ganhar secretaria em SC
Próximo Texto: Votação gera crise no PFL
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.