São Paulo, sexta-feira, 4 de julho de 1997
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Punido por suborno, dirigente recorrerá

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Conselho Deliberativo da Ponte Preta recorreu contra a pena de um ano de suspensão determinada pela Justiça esportiva de São Paulo. O recurso será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, mas ainda não chegou ao Rio.
Em 23 de junho, José Armando Abdalla Júnior foi condenado pelo TJD da acusação de tentativa de suborno do juiz Alfredo Loebeling. O fato ocorreu no jogo Ponte Preta x Santo André (Série A-2 do Paulista-97), realizado em 25 de maio -18 dias após eclodir o escândalo envolvendo o então chefe da arbitragem da CBF, Ivens Mendes.
No relatório, Loebeling disse que antes do jogo Abdalla foi ao vestiário e disse que "devido à chuva" pagaria a cota dos juízes em dobro.
Depois do jogo, que terminou 1 a 1, Abdalla, segundo Loebeling, voltou ao vestiário. "Ele nos entregou os cheques e depois pôs um pacote de dinheiro em cima da mesa e disse 'prometi que iria pagar em dobro e aqui está'. Quando recusamos, ele ofereceu o dinheiro em troca da minha camisa de juiz."
"O Loebeling achou que aquilo fosse uma brincadeira, mas no tribunal pensamos de maneira diferente", afirmou o presidente do TJD, Marco Polo del Nero.
Todos os sete auditores do TJD da FPF consideraram Abdalla culpado. Cinco votaram pela suspensão, e dois, pela eliminação.
O presidente interino da Ponte Preta, Peter Walker, disse que ignorava a condenação. "Só assumi o cargo na última segunda-feira", justificou-se. Ele acrescentou que no âmbito do clube Abdalla não deverá ser punido.
Abdalla evitou falar com a Folha. Ele disse até desconhecer a pena. "Não sei de nada, procure meu advogado", disse ele, acrescentando em seguida que não se lembrava nem do nome completo do advogado nem de seu telefone.
Esse caso teve desfecho rápido, comparado ao da "fita do suborno", em que o presidente do Botafogo-SP, Laerte Alves, foi suspeito de tentar corromper juízes no Paulista-95. O caso está parado na Justiça Comum. "Naquele caso, não se provou envolvimento dos árbitros", disse Del Nero.

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