São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997
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Quebra-quebra na Câmara fere dois

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um protesto de servidores públicos contra as reformas administrativa e previdenciária acabou em confronto entre os manifestantes e os seguranças da Câmara.
A porta de vidro do acesso ao salão verde foi quebrada e duas pessoas foram atendidas pelo serviço médico da Câmara.
O tumulto começou por volta de 15h de ontem, quando cerca de 200 servidores -mobilizados pela CUT (Central Única dos Trabalhadores)- tentaram entrar no salão verde para entregar panfletos contra as reformas aos deputados.
A segurança reagiu para impedir a invasão e desferiu socos e pontapés nos manifestantes.
A diretora do Sindicato dos Profissionais de Educação do Ensino Municipal de São Paulo, Maria Raquel Rêgo, teve cortes na língua e na mão esquerda, resultado de duas quedas sobre os vidros da porta quebrada.
"Os seguranças me jogaram no chão e me chutaram", disse Maria Raquel, depois de ser atendida pelo serviço médico da Câmara. "Nós estávamos encurralados: não tínhamos como ir para frente ou para trás", completou.
Outra professora também foi atendida pelo serviço médico, depois de ter desmaiado. Vários manifestantes tiveram as camisas rasgadas.
Empurrões
Durante cerca de dez minutos, os servidores trocaram empurrões com os seguranças no corredor que dá acesso ao salão verde, na entrada do plenário. Em maior número, os manifestantes venceram a disputa e entraram no salão.
O diretor-executivo da CUT, José Maria de Almeida, foi detido pela segurança da Câmara, mas liberado em seguida, por intervenção dos deputados Carlos Santana (PT-RJ) e Chico Vigilante (PT-DF).
Depois de liberado, Almeida subiu nas poltronas que ficam no salão verde e fez discurso contra as reformas administrativa e previdenciária.
O diretor-geral da Câmara, Adelmar Sabino, ameaçou chamar a Polícia Militar se os manifestantes não saíssem do salão verde. A pedido de Santana, Vigilante e Luciano Zica (PT-SP), os servidores desocuparam o salão.
Sabino disse que o PT facilitou a entrada dos servidores, através do auditório Nereu Ramos -reservado pelo partido para o encontro de prefeitos. "Os responsáveis vão pagar pelos danos", afirmou.
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), determinou a abertura de inquérito para investigar o tumulto.

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