São Paulo, quarta-feira, 9 de julho de 1997
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Presos de Manaus fazem três reféns

LILIAN LIANG; EDMILSON ZANETTI
FREE-LANCE PARA AGÊNCIA FOLHA

EDMILSON ZANETTI
Os 492 detentos da Penitenciária Central de Manaus (AM) mantiveram ontem pela manhã, durante três horas, três carcereiros como reféns.
A rebelião começou quando os internos voltavam do banho de sol. "Os presos renderam três carcereiros, tomaram as chaves e abriram as outras celas. As que não puderam ser abertas com chaves foram arrombadas", disse o tenente Roberto Araújo, chefe da segurança externa da penitenciária.
Os internos queriam a revisão de processos, a melhoria na infra-estrutura do presídio e a transferência de detentos para outras comarcas.
A cadeia, que tem 104 vagas, abriga atualmente quase cinco vezes a sua capacidade.
Vários colchões foram queimados. Não houve feridos.
Os presos portavam armas brancas e, durante a rebelião, tentaram amarrar os carcereiros a botijões de gás.
"Eles ameaçaram explodi-los se a polícia invadisse o local, mas foram dissuadidos da idéia pelos próprios reféns", disse Araújo.
Os quatro líderes da rebelião, conhecidos como Alemão, Sabóia, Bichinho e Secretário, foram levados até o gabinete do secretário da Justiça, Félix Valois, onde foram feitas as negociações que levaram ao fim da rebelião.
O diretor da penitenciária, major Sidney Bellota, foi exonerado ontem pelo secretário da Justiça. Segundo o inspetor do presídio Edson Araújo, essa era uma das reivindicações dos presos rebelados.
A reportagem da Agência Folha tentou falar com o secretário da Justiça até as 18h20, mas ele não respondeu aos telefonemas.
Fuga
Doze presos fugiram da cadeia pública de Junqueirópolis (635 km a noroeste de SP), depois de serrar a grade e tomar o carcereiro como refém.
A fuga aconteceu por volta das 2h de ontem. Os presos utilizaram uma serra que lhes teria sido entregue durante horário de visita no final de semana.
O carcereiro Juraci Omodei foi mantido como refém por meia hora, tempo suficiente para os presos abrirem as celas e fugirem a pé.
As polícias Militar e Civil da região de Presidente Prudente (558 km a oeste de SP) montaram operação especial de buscas. Até as 17h, nenhum fugitivo havia sido recapturado.

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