São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente faz 'corpo-a-corpo' por reforma

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso deflagrou ontem um "corpo-a-corpo" junto aos senadores dos partidos aliados para conseguir a aprovação da reforma da Previdência.
Ele reuniu no Palácio da Alvorada dez senadores do PSDB, PFL e PMDB, inclusive o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Segundo os presentes, o presidente pediu a "contribuição dos senadores que estão do seu lado", para a aprovação do substitutivo do senador Beni Veras (PSDB-CE).
FHC lembrou sua condição de candidato à reeleição em 98 para afirmar que não apresentaria uma proposta de reforma que prejudicasse os aposentados.
ACM respondeu que o povo não está entendendo dessa forma e defendeu que o governo lance uma ofensiva de mídia para explicar as vantagens da reforma.
Até a próxima terça-feira, dia da votação da reforma na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), FHC pretende conversar com todos os senadores da base governista que integram a comissão.
Negociação
O governo encontra resistência em sua própria base de sustentação para aprovar um dos pontos fundamentais da reforma previdenciária: o fim da paridade entre as aposentadorias e pensões dos aposentados do serviço público e a remuneração dos servidores públicos que estão na ativa.
Ou seja, hoje o servidor público se aposenta com o salário integral e tem direito a todos os reajustes e vantagens concedidas ao servidor da ativa.
Beni apresentou a FHC a proposta que vem negociando, para tentar minar a resistência à reforma.
Pela tabela elaborada por Beni, o servidor público que ganha de 0 a 10 salários mínimos passaria a ganhar, ao se aposentar, 100% do salário que recebia na ativa.
Os que recebem mais de 10 e até 15 salários mínimos receberiam, ao se aposentar, de 95% a 90% da remuneração da ativa.
A tabela continua até atingir os que ganham até 35 ou mais salários mínimos. Esses passariam a receber 70% do salário integral dos servidores da ativa.
A outra hipótese considerada pelo governo é a adoção de um índice -ainda não definido- para reajustar as aposentadorias do serviço público e do INSS.
Marajás
O líder do governo, Elcio Alvares (PFL-ES), disse que a hipótese da tabela progressiva é "a mais provável". Segundo ele, 80% dos servidores públicos aposentados recebem até dez salários mínimos. "O marajá é que vai ser penalizado", afirmou Alvares.

Texto Anterior: Câmara mantém acúmulo de salário e aposentadoria
Próximo Texto: Presidente afirma que o Cade não sofre influências políticas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.