São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Documento cita três dirigentes de banco

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relatório geral da CPI dos Precatórios responsabiliza dirigentes do Bradesco por terem proporcionado "condição necessária e indispensável para a ocorrência das fraudes" na negociação de títulos públicos de Estados e municípios.
O documento, elaborado pelo relator da CPI, Roberto Requião (PMDB-PR), relaciona o nome de três dirigentes "envolvidos": Lázaro Brandão, presidente do Bradesco; Ageo Silva, vice-presidente; e Katsumi Kihara, diretor.
O presidente do Bradesco negou ontem que a instituição tenha se envolvido em irregularidades. "Nós depusemos e explicamos que o banco trabalha no mercado secundário dentro das regras corretas. Não temos nada a acrescentar", disse Lázaro Brandão.
O documento também aponta envolvimento de empreiteiras com o esquema dos precatórios e afirma que a "tecnologia" das emissões irregulares nasceu na Prefeitura de São Paulo.
Além disso, também aponta, com base em "denúncia informal", que a manipulação com títulos públicos não se restringe àqueles emitidos por Estados e municípios -também inclui os leilões do Banco Central.
"Segundo o denunciante, isso estaria acontecendo todas as semanas, diante do BC, e estaria sendo comandado por algumas das principais instituições que têm acesso direto aos leilões, os dealers", afirma o relatório.
O Bradesco é apontado como o maior comprador final dos títulos públicos, ficando com 75% do total dos papéis colocados de forma definitiva.
O relatório de Requião destaca, em especial, as operações de Pernambuco, afirmando que a distribuidora Paper atuava como "broker" do Bradesco, agindo sob determinação do banco.
Requião estende para outros grandes bancos a participação no esquema. "A espécie de estelionato examinada por esta CPI exige quadrilha com, no mínimo, três elementos: vendedor a preço baixo, receptador do lucro e comprador final."

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