São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Comissão decide não convocar Maluf

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Precatórios enterrou ontem a possibilidade de tomar os depoimentos do ex-prefeito Paulo Maluf e dos governadores Miguel Arraes (Pernambuco) e Paulo Afonso Vieira (Santa Catarina).
O plenário da CPI rejeitou a convocação dos três políticos, proposta pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), por 7 votos a 5.
Senadores do PFL, PPB e PMDB se uniram na votação para proteger seus aliados.
As exceções foram o relator Roberto Requião (PMDB-PR) e o senador Vilson Kleinubing (PFL-SC), que votaram a favor das convocações.
Também foram favoráveis, além de Suplicy, os senadores José Serra (PSDB-SP) e Emília Fernandes (PTB-RS).
Jader Barbalho (PMDB-PA), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Fernando Bezerra (PMDB-RN), José Agripino (PFL-RN), Romeu Tuma (PFL-SP), Gilberto Miranda (PFL-AM) e Esperidião Amin (PPB-SC) votaram contra.
"Resultado lamentável", disse José Serra após a votação. Segundo o senador paulista, ficou "evidente que a motivação é política e a intenção é poupar o Maluf".
"Não sei se foi combinado antes, mas na votação houve acordo", afirmou Serra. "Cada um, para proteger o seu lado, acaba criando uma situação contrária ao interesse público."
Os senadores Esperidião Amin e Romeu Tuma, que votaram contra as convocações, afirmaram que votarão a favor do relatório de Requião.
Já Suplicy não se mostrou confiante. "Esta votação foi um alerta para o que pode acontecer na votação do relatório", disse.
Na opinião do senador, "alguns senadores demonstraram que vão tentar proteger aliados na votação do relatório".
Amin disse que estava contra a convocação de Maluf porque um representante da Prefeitura de São Paulo, o ex-secretário das Finanças e atual prefeito Celso Pitta, já havia comparecido à CPI para dar suas explicações.
Requião minimizou a importância da decisão de não convocar Maluf, Arraes e Paulo Afonso. "O depoimento dessa gente não tem mais importância", afirmou. Ele disse que o relatório está fechado e os três "perderam a oportunidade de fazer sua defesa".

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