São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997 |
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País rico dispensa correção
MARCOS CÉZARI
Para o consultor Nélio Weiss, faz parte da história dos países industrializados não ter correção sobre os balanços. "O México tem, a Argentina já teve, mas os do Primeiro Mundo nem pensam nisso." O tributarista Plínio Marafon diz que somente se existisse uma inflação extremamente elevada, em curto espaço de tempo, é que aqueles países permitiriam a reavaliação dos ativos das empresas. Outra possibilidade, segundo o tributarista, seria permitir a correção dos balanços com algum tipo de isenção ou alíquotas favorecidas de impostos. Marafon lembra que "não há, efetivamente, lei em nenhum país que possa disparar algum 'gatilho' quando a inflação chega a determinado nível". Até porque, diz ele, pode demorar várias décadas para um país do Primeiro Mundo atingir 20% ou 30% de inflação acumulada. Para o consultor Roberto Vilela Resende, a sistemática internacional aceita tratamento diferenciado do balanço quando a inflação de um país supera 100% em três anos. "Nos últimos três anos, o Brasil não atinge esse índice; por isso, não é necessário o reconhecimento dos efeitos inflacionários nos balanços." Os tributaristas reconhecem que foi positivo o fato de o governo ter permitido a correção dos balanços até o final de 95, já com um ano e meio do Plano Real. Sobre uma possível volta da correção, Weiss diz que nada indica que isso ocorra. "Se o Real fracassar, e a inflação voltar, a correção seria um fator secundário." (MCz) Texto Anterior: Medida provoca discussão Próximo Texto: Inflação de 20% pode gerar distorção Índice |
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