São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Inflação de 20% pode gerar distorção

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um ano apenas sem correção monetária não foi suficiente para afetar os balanços das empresas. Entretanto, quando forem feitos os de 98 (relativos a 97), pode ser que os efeitos sejam mais perversos ainda no aspecto tributário.
Para o tributarista Plínio Marafon, é provável que a inflação acumulada em dois anos esteja muito próxima de 20%, percentual que levaria muitas empresas a pagar mais IR e contribuição social.
Segundo Marafon, essa taxa é muito alta para as empresas capitalizadas (as com patrimônio maior do que o ativo, ou seja, têm capital de giro positivo). O lucro a ser tributado no balanço será maior, com o consequente aumento do imposto devido.
O consultor Nélio Weiss concorda que, se a inflação em dois anos realmente chegar a 20%, haverá distorção nos balanços. Essa distorção, porém, não é possível de ser quantificada. "Vai depender da estrutura patrimonial de cada empresa."
Ele lembra que, da mesma forma que não há correção sobre os balanços, também não há mais sobre os impostos -nesse caso, inclusive, o governo cortou a correção um ano antes, em janeiro de 95.
Para o consultor Roberto Vilela Resende, o fim da correção não atrapalhou a elaboração dos balanços. Além disso, "as empresas entenderam que isso era necessário e vêm respeitando a lei."
(MCz)

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