São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Banco do Brasil tira do armário seus 'esqueletos'

DA REPORTAGEM LOCAL

O prejuízo do Banco do Brasil, de US$ 7,243 bilhões no ano passado, foi uma espécie de encontro da instituição com velhos fantasmas que estavam devidamente escondidos nos livros de contabilidade.
Esse buraco apareceu depois que o banco resolveu assumir prejuízos que muitas vezes apareciam no balanço como créditos duvidosos, mas que, na realidade, nunca mais seriam recuperados. Assim, o banco incorporou, nos balanços de 95 e 96, prejuízos de aproximadamente R$ 12 bilhões, dos quais R$ 7,525 bilhões no resultado de 96.
Para fechar as contas, o Tesouro deu uma injeção de capital, em março do ano passado, de R$ 8 bilhões. A intenção declarada pelo governo nessa ocasião era a de socorrer a instituição pela última vez; a partir daí, o banco caminharia sozinho.
O presidente do Banco do Brasil, Paulo César Ximenes, considera que o fato de ter colocado os créditos ruins "para fora" e o prejuízo gigantesco que apareceu no balanço tiveram seu lado positivo.
"O simples fato de ter mostrado o prejuízo serviu para acelerar mudanças pelas quais o banco precisa passar", considera.
Para começar o que deve ser uma nova fase do banco, o BB optou por profissionalizar sua estrutura de análise dos empréstimos que são concedidos.
No caso, a reestruturação passa pela centralização da análise dos pedidos de empréstimo na sede do Banco do Brasil em São Paulo.
"Fizemos uma seleção de analistas a melhor possível. E as unidades regionais farão apenas os empréstimos menores."
Além disso, o banco decidiu criar áreas de negócios, como fazem os bancos privados de atacado.
No caso do quadro de pessoal, Ximenes considera que o grosso do enxugamento já foi feito. Hoje, diz ele, a instituição conta com cerca de 92 mil pessoas.
Pensa, ainda, em crescer o número de agências -hoje 2.900-, na região Centro-Sul do país.

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