São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Grandes deixam varejão

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas de computadores no varejo, que despontaram há dois anos como canal importante de escoamento de produtos de informática, parecem não ser mais tão atrativas. Pelo menos não para algumas das cinco maiores empresas do setor.
A IBM Brasil, número um em receita, já está se voltando mais para o mercado de empresas, onde o volume não é tão relevante. No ano passado, a IBM perdeu a liderança na produção micros para a Compaq, sexta no ranking geral.
Para Mario Bethlem, presidente da IBM Brasil, o segundo posto não o preocupa. "O segmento de micros sofre pressão de preços e concorrência com o mercado cinza. E esse é um negócio em que é preciso ter certeza de que se vai ganhar dinheiro."
A Unisys, terceira no ranking, decidiu não competir no varejão. Máquinas para uso doméstico, só as destinadas a home banking, em parceria com bancos. Nesse negócio, a empresa participa fornecendo máquinas da Compaq e micros com sua marca, mas produzidos pela NCR.
Já a Itautec-Philco, dona da quinta maior receita, decidiu partir para micros mais sofisticados, para obter margens melhores e fixar a marca como produto de qualidade e sempre à frente em tecnologia.
No ano passado, a Itautec-Philco vendeu 90 mil máquinas, "mas poderia estar vendendo até 160 mil, não fosse a concorrência com o mercado cinza", diz Claudio Vita, diretor de planejamento.
No global, nenhuma das três empresas tem muito do que se queixar. A IBM cresceu 10% no ano passado. "Foi um ano razoável, o último da reengenharia, que nos obrigou a cortar mais cerca de 700 funcionários. A idéia agora é manter a posição no Brasil", diz seu presidente.
Significa, entre outras coisas, reforçar a área de serviços da empresa, que vem crescendo a uma taxa de 30% ao ano, ampliar parcerias e oferecer soluções de redes que, para Mario Bethlem, são uma evolução no modo de fazer negócios.
A Unisys, por sua vez, viu sua receita líquida crescer 39,6%, engordada pelas vendas de 75 mil urnas eletrônicas. Mais 120 mil unidades devem ser adquiridas pelo Tribunal Superior Eleitoral até 1998, além da atualização das urnas atuais.
Na linha de montagem da fábrica de Veleiros (SP), as urnas foram substituídas este ano pelos micros Aquanta. A produção inicial estava prevista em 3.000 unidades, mas atingiu 4.000.
No faturamento de 97, a vez é dos serviços. No primeiro trimestre, eles já renderam à Unisys US$ 145 milhões, contra US$ 123 milhões no mesmo período de 96.
"A idéia é aproveitar a reativação do mercado de automação bancária", diz Luiz Augusto Cunha, diretor de marketing. A empresa já está produzindo caixas automáticos e contabiliza quatro projetos de Internet banking em andamento.
Mantendo o foco na tecnologia, a Itautec aposta na convergência entre produtos de consumo e de informática, depois de um ano de 16,6% de expansão.
(LR)

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