São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Morte pode ter sido no ar

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Fernando Caldeira de Moura pode ter morrido antes de seu corpo chocar-se contra o solo. Uma das possibilidades é que não tenha resistido ao impacto da explosão. Se resistiu, pode ter morrido durante a queda.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial, Murillo de Oliveira Villela, acredita que o empresário tenha sobrevivido ao início da queda por causa da baixa altitude do avião. Naquela altura -2.400 metros- não havia grande diferença entre a pressão da cabine e a externa.
"Na queda, ele deve ter tido falta de oxigênio, e o nitrogênio contido no organismo pode ter alterado os sistemas circulatório, respiratório e cerebral. A partir daí, a pessoa começa a ter hemorragias."
A velocidade atingida pelo corpo depende da resistência oferecida pelo ar. Uma pedra que cai de uma altura de 2.400 metros -e que não encontra resistência- chega ao solo a uma velocidade de 797,68 km por hora. O tempo consumido nessa trajetória é de 23,17 s.
No caso do corpo do empresário, seria preciso levar em consideração a resistência do ar para estimar a velocidade e o tempo que levou na queda. A resistência depende do tamanho, do formato e até mesmo da posição do corpo que cai, ressalva Gil da Costa Marques, diretor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo.
Considerando um peso de 75 kg a uma velocidade de 797,68 km/h, o impacto do corpo ao chegar ao solo corresponderia ao choque de um carro pequeno à velocidade de 59 km/h contra uma barreira.

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