São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Empresário morto era líder evangélico

MARIA REGINA ALMEIDA; FÁBIO SILVEIRA
DA FOLHA VALE

Considerado um executivo de sucesso, o empresário Fernando Caldeira de Moura, 38, era diácono da Igreja Cristã Evangélica de São José dos Campos.
O empresário era uma espécie de assessor direto do pastor para assuntos referentes à administração da igreja.
Moura e sua mulher, Selma, e as filhas Melina, 8, e Amanda, 6, frequentavam a igreja desde 82.
Seguranças do condomínio Esplanada do Sol, onde a família mora, impediram o acesso da imprensa até a casa ontem. O Esplanada do Sol é um condomínio de alto padrão, localizado em uma área nobre da cidade.
Segundo os seguranças, apenas familiares próximos estavam autorizados a entrar.
O pastor João Arantes Costa, da Igreja Cristã Evangélica, foi quem informou a família de Moura sobre o acidente.
Ele foi chamado por um dos sócios de Moura, para dar assistência à mulher do empresário.
Costa não soube informar que providências a família pode tomar em relação às investigações do acidente.
O pastor definiu o empresário como uma pessoa "maravilhosa" e um membro "exemplar" da igreja. Segundo ele, a família está encarando o acidente como um acontecimento normal. "Para nós, evangélicos, quem determina os nossos passos é o Senhor."
Costa disse que viu o empresário pela última vez no domingo, durante o culto.
Carreira
Moura era engenheiro eletrônico e trabalhou no CTA (Centro Técnico Aeroespacial) e na Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), em São José.
Na Embraer, ele se destacou pelo trabalho no Departamento de Informática, com a implantação do sistema CAD-CAM.
O CAD-CAM é um software para desenvolvimento de aeronaves.
Moura chegou a assumir o cargo de chefe da Divisão de Informática na Embraer.
Ele trabalhou na empresa por nove anos, de 1982 a 1991.
Moura deixou o cargo para fundar, com mais dois sócios, a Amix Sistemas Integrados, que atua como prestadora de serviços na área de informática.
Ele era o diretor-executivo da Amix. Recentemente, o grupo fundou a NetVale -provedora de acesso à Internet.
Os ex-colegas definem Moura como um profissional extremamente competente, amável e que estava sempre disposto a ajudar os outros.
Moura deveria fazer ontem uma viagem de negócios.
Ele pretendia pegar em São Paulo um avião para o Rio de Janeiro, onde teria reuniões com clientes.
O gerente da Amix, Armando Barbalho, não revelou o nome das empresas que seriam visitadas pelo empresário.
"O Fernando deveria estar levando dentro da valise apenas papéis e relatórios", afirmou Barbalho.
O engenheiro Paulo César Villaça disse que Moura era reconhecido pela sua inteligência e pelo seu profissionalismo. Villaça trabalhou com Moura no CTA e na Embraer.
O engenheiro Jorge Ubirajara Costa, que também trabalhou com Moura na Embraer, afirmou que ele era um empresário de sucesso. "Ele (Moura) estava sempre preocupado com seus clientes." Costa disse que conhecia Moura havia 18 anos e considerava o empresário um "irmão".

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