São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Peritos não conseguem determinar material de artefato que explodiu

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O esquadrão antibombas do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar), a Polícia Federal e a Aeronáutica não conseguiram determinar de que era composto o artefato que explodiu no interior do Fokker-100 da TAM nem o que o detonou.
"Não dá para dizer ainda o que foi que explodiu. Foi um material explosivo, mas não se sabe de que tipo de fabricação", declarou o coronel Jairo Paes de Lira, comandante do 3º Batalhão de Choque da PM, que abriga o Gate.
Paes de Lira descarta que o artefato fosse feito de pólvora, que deixa marcas evidentes. As possibilidades são muitas: TNT, nitroglicerina, explosivos plásticos, industriais e até dinamite, entre outros. "Isso só será determinado após análises laboratoriais, que serão feitas pela Polícia Federal."
O coronel também não se arrisca a afirmar que se tratava de uma bomba levada intencionalmente para o interior do avião. "É muito prematuro dizer isso. Não se afasta também a hipótese de algum irresponsável ter levado o produto explosivo inadvertidamente para dentro do avião apenas com a intenção de transportá-lo e, assim, alguma coisa acabou detonando o material", disse.
Segundo Paes de Lira, a explosão foi muito forte e provocou a ruptura da fuselagem do avião. "Houve uma dispersão violenta dos objetos que estavam em volta do banco. Um cinzeiro, por exemplo, foi transformado em projétil e ficou encravado na parede do lado contrário." No entanto, não foi possível determinar o poder de impacto da possível bomba.
O artefato estava em cima da poltrona 18D, segundo Paes de Lira. Para concluir que o material estava nesse banco, o Gate informou ter encontrado marcas de combustão, como chamuscamentos, no entorno da poltrona.
Além disso, a estrutura traseira do banco estava afundada. O último indício: a poltrona fica exatamente no centro da esfera formada pelos fragmentos.
O Gate irá analisar também os pedaços da fuselagem que foram encontrados em Suzano (Grande SP) e a roupa e o corpo do empresário Fernando Caldeira de Moura Campos. O objetivo é encontrar elementos que auxiliem identificar o material do explosivo.
A perícia na estrutura do avião foi encerrada por volta das 18h30 de ontem. Ela será retomada hoje.

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