São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997 |
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"Nunca passei sufoco igual" "Na hora em que explodiu, vi uma fumaça cinza e senti um cheiro forte de pólvora. Foi mais ou menos aos dez minuto de vôo. Houve gritaria e a aeromoça pediu calma. Fiquei com medo de olhar para trás e haver fogo. Tinha um homem desmaiado no chão, passageiros o seguravam. Vi gente com sangue, uma moça com o cabelo voando e batendo no rosto que ficou sangrando. Fizemos uma corrente, demos as mãos e a aeromoça chorou, rezando com a gente. Eu falei para a minha filha: 'Não me largue, fique abraçada comigo, porque se a gente tiver de morrer, vamos morrer juntas'. Tinha certeza de que ia morrer, que o avião não ia conseguir pousar. Nunca passei um sufoco igual. Rezei muito para o anjo da guarda dele (do piloto) para passar segurança para ele. Fomos deixados por muito tempo dentro do avião (após a aterrissagem em Congonhas). Tinha medo que explodisse, queria descer logo. A aeromoça pediu para não falar, mas eles foram avisados da ameaça de bomba. Se fosse, disseram que iriam abafar. Quando chegar a Vitória vou assistir uma missa e rezar muito por estar viva." Amélia Rosa da Silva, 39, é comerciante e mãe da estudante Kelly de Souza. Texto Anterior: "Parecia um filme de terror" Próximo Texto: "Pedi que Deus segurasse o avião" Índice |
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