São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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"Pedi que Deus segurasse o avião"

"Houve uma explosão antes de a porta sair. Foi muito nítido. Metade dos passageiros acha que foi bomba, metade acha que foi despressurização.
Aconteceu uns oito minutos depois de decolar. Foi um susto, um impacto geral.
Todo mundo olhou para a parte de trás do avião. Junto com as máscaras caíram os kits com os fios. A explosão fez parte da tampa de um bagageiro saltar para fora.
Lá atrás o vento era fortíssimo. Por isso as pessoas não conseguiam usar as máscaras, mas dava para respirar. A sensação era de morte para todos.
A comissária (Marta Oliveira) pedia calma, mas a expressão dela já era de pânico, porque ela estava na frente do avião, olhando para o buraco.
Começamos a rezar um Pai-Nosso dois minutos depois.
Pedi a Deus que segurasse o avião.
Pensava nos meus filhos e na minha mulher. O que se via era terror. Cabelos sendo puxados em direção à porta, pessoas grudadas na cadeira.
O piloto tentava dar uma solução para o problema enquanto a comissária tentava nos acalmar. Quando saí do avião, vi que um pedaço da porta ocupava meia turbina."

Eloir Cavati Filho, 32, casado, dois filhos, é comerciante em Vila Velha (ES).

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