São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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TAM está entre 29 piores do mundo

Pesquisa foi feita por associação dos EUA

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A TAM está entre as 29 piores empresas aéreas do mundo e ocupa o 26º lugar no ranking das companhias de aviação da América do Sul.
Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pela ATA (Air Travelers Association), um grupo norte-americano que analisa segurança de vôos no mundo e presta serviço a viajantes.
O estudo avaliou 260 empresas de 107 países do mundo. Junto com outras 28 companhias, a TAM levou nota F (em uma escala de A a F) e foi considerada "desaconselhável ao uso do viajante" pela ATA.
"Eu não viajaria em uma empresa dessas de jeito nenhum", disse à Folha, David Stempler, presidente da associação norte-americana.
Cálculo
As notas foram estipuladas a partir de um cálculo feito com base na média entre o número de vôos e o número de acidentes "fatais" (com vítimas) das empresas aéreas durante cerca de dez anos (período entre 1º de janeiro de 1987 e 31 de dezembro do ano passado).
A TAM teve um acidente (o do ano passado) em 182 mil vôos nesse período de cerca de dez anos. Foi a única empresa aérea brasileira a levar o conceito mais baixo da associação. A Vasp, a Transbrasil e a Rio Sul tiveram nota A, e a Varig, B. Sendo avaliada em A ou B uma empresa é considerada totalmente segura.
'Maçã estragada'
As empresas de transporte aéreo com nota F representam apenas uma pequena parte do total (11,2%). A grande maioria (83,8%) levou nota A, isto é, não registrou nenhum acidente em cerca de dez anos de vôo.
As nove empresas aéreas do Canadá, por exemplo, tiveram uma média alta de vôos (quase 4 milhões) e nenhum acidente nesse período estudado.
O restante de boas notas se concentrou no Caribe (suas sete empresas também levaram A) e nos países da Europa ocidental (das 62 empresas analisadas, 58 tiveram A, 2 levaram B e outras duas, F).
No período estudado, houve 82 acidentes fatais envolvendo 52 das 260 empresas analisadas.
"Voar é normalmente muito seguro, mas há um grupo pequeno de 'maçãs estragadas' na indústria aérea", disse Stempler, que no início da tarde de ontem já havia sido informado do acidente com o avião da TAM em São Paulo.
Por isso, a ATA pede que os viajantes evitem essas "maçãs estragadas", como a TAM.
A associação norte-americana recomenda que as pessoas que viajam utilizem apenas os serviços das empresas aéreas com conceitos A e B.
"Quem tem F seguramente está fazendo alguma coisa errada. Deve estar havendo algum problema, ou com a manutenção ou com o treinamento de pessoal", disse o presidente da ATA.
Stempler afirma, no entanto, que em "casos de acidentes as performances do passado nem sempre são uma garantia total para o passageiro". "Não se pode prever o futuro."
A associação dá informações pelo telefone (001-202-6862870), e o relatório sobre as empresas aéreas pode ser lido na Internet
(www.1800airsafe.com).

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