São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997
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Laudo final sobre queda de jato em 96 será divulgado em 20 dias

DA REPORTAGEM LOCAL

As causas do acidente com o Fokker-100 da TAM que caiu em São Paulo há oito meses, em 31 de outubro, matando 99 pessoas, devem ser conhecidas em 20 dias.
Foi esse o prazo dado ontem pela Aeronáutica para divulgação do laudo final sobre o acidente, após sucessivos adiamentos.
O laudo, cujo prazo inicial de entrega era de 45 dias, já está praticamente pronto, mas faltam, segundo apurou a Folha, dados que a Fokker, empresa holandesa fabricante do avião, deve à comissão que investiga o acidente.
Uma das causas para os atrasos, segundo o coronel-aviador João Luiz de Castro, chefe da comissão de investigação, foi a necessidade de fazer todos os testes técnicos no exterior, mesmo os que puderam ser feitos também no Brasil.
O coronel afirma que esse procedimento foi adotado para evitar contestações quando o laudo final fosse divulgado.
Indenizações
Parte do relatório, especificamente os dados da caixa-preta do Fokker-100, podem ser divulgados antes do prazo de 20 dias. Isso porque familiares de algumas vítimas obtiveram há duas semanas na Justiça acesso a essas informações.
Notificado da decisão judicial, o coronel Douglas Ferreira Machado, do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) prometeu aos familiares que forneceria os dados.
Os familiares pretendem utilizar os dados para embasar uma ação indenizatória contra o fabricante da peça que causou o acidente.
Falhas
Segundo engenheiros da TAM e técnicos da Aeronáutica, o relatório vai apontar não uma, mas pelo menos cinco falhas que contribuíram para derrubar o Fokker-100.
A falha inicial foi um defeito no sistema elétrico que aciona o reverso da turbina, um tipo de marcha a ré do motor, que funciona como freio auxiliar em pousos.
O problema foi que o reverso da turbina direita abriu durante a decolagem, desestabilizando o avião.
A perda de estabilidade tornou-se mais grave com outra falha, em um sistema de segurança formado por cabos que evitariam a abertura do reverso com o motor acelerado. Por fim, contribuíram ainda algumas falhas no treinamento dos pilotos, que não estavam preparados para contornar a crise surgida com as duas falhas.

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