São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 1997 |
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Uma hora após pouso, TAM ainda não sabia que havia um morto
DA REPORTAGEM LOCAL A ausência do empresário Fernando Caldeira de Moura Campos, que foi atirado para fora do avião pela explosão e morreu, só foi percebida pela TAM mais de uma hora após o acidente."O vôo estava relativamente vazio e ele era um dos passageiros que estava mais para trás no avião. Ninguém percebeu que, junto com os assentos, havia sido expelido um passageiro", relatou ontem o vice-presidente da TAM, Luiz Eduardo Falco. Com a explosão, praticamente toda parte direita da fileira 18, com três assentos, foi jogada para fora da aeronave. Houve despressurização, que foi a primeira hipótese levantada para explicar o fato de o empresário ter sido jogado para fora do avião. Quando há despressurização em altas altitudes, a grande diferença de pressão entre o interior do avião e o ambiente externo faz com que coisas e pessoas sejam "sugadas" para fora. No caso de ontem, houve despressurização, mas, devido à altitude relativamente baixa (2.400 m), não houve o efeito de sugar pessoas e coisas para fora. Em seguida, o comandante Humberto Scarel pediu que todos os passageiros permanecessem sentados e afivelassem seus cintos. "Não sabia que tínhamos um buraco na fuselagem. Ouvi um barulho, mas os instrumentos indicavam que tinha havido despressurização e ela pode ser acompanhada por um estampido", contou o comandante do vôo 283. Em entrevista coletiva concedida ao lado do vice-presidente da TAM, Scarel disse que só percebeu a extensão dos danos ao pousar em Congonhas. Os passageiros, porém, afirmam que todos perceberam a existência do buraco de 1,3 m por 2 m na fuselagem, inclusive a comissária Marta Oliveira, que manteve comunicação com a cabine do piloto. Após a descida em Congonhas, não houve contagem dos passageiros. "Alguns precisaram passar por atendimento médico e tratamos de providenciá-lo. Ninguém imaginava que pudesse haver um passageiro faltando", contou o vice-presidente da TAM. A primeira informação sobre a vítima fatal só chegou à empresa às 9h50, por um telefonema não-identificado, que inicialmente não mereceu crédito. Texto Anterior: A despressurização Próximo Texto: Empresário morto era líder evangélico Índice |
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