São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 1997
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Palace recebe "Contrasenso" de Moska

BRUNA MONTEIRO DE BARROS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O cantor e compositor apresenta na casa paulistana seu terceiro disco solo, no qual mistura diversos ritmos

Palace recebe "Contrasenso" de Moska
O músico carioca Paulinho Moska, ex-Inimigos do Rei, apresenta, hoje e amanhã, seu terceiro trabalho solo, "Contrasenso".
Fazendo pela primeira vez uma turnê de lançamento na cidade, Moska pretende conquistar o público paulistano.
Recentemente esteve na cidade para uma apresentação no Tuca -somente para alunos da PUC- e uma gravação para TV Cultura.
"Não tenho qualquer pretensão de lotar o Palace. Quero uma boa estrutura de som e iluminação e pessoas sentadas confortavelmente para assistir ao show", diz Moska em entrevista à Folha.
Em maio, Moska lançou o disco no Canecão (Rio de Janeiro), em show preparado com uma semana de antecedência.
Desse show, a luz foi aperfeiçoada e o cenário eliminado. "Como foi feito às pressas, não estava à altura do show, então preferi me apresentar sem ele", conta.
O repertório é basicamente o mesmo (leia quadro ao lado), que equilibra bem os três discos. Apenas uma música foi trocada. Saiu o baião "Paixão e Medo" e entrou "Admiração". "Resolvi incluir essa faixa, do segundo disco, já que ela foi muito tocada em uma rádio de São Paulo", conta.
"Metamorfose Ambulante", de Raul Seixas, também faz parte do repertório. "Acho que 'Contrasenso' faz referências à 'metamorfose' de Raul", explica.
Moska não poupa elogios à cidade: "Estou muito feliz com esse show, pois admiro São Paulo. A cidade tem mais arte pura, movimentos fortes e público alternativo". O músico diz que no Rio "as pessoas são muito apressadas, acham que tem que ser logo contratadas pelos grandes veículos".
Indiscernível
"Contrasenso" -assim, sem hífen, para fazer uma brincadeira- é uma grande mistura de ritmos -do baião ao rock'n'roll.
Moska não gosta de ser classificado em um único estilo. Quando saiu da banda Inimigos do Rei, pretendia limpar sua imagem engraçadinha e lançou "Vontade" (1993), que lhe rendeu o rótulo de roqueiro.
Em seguida, se aprofundou na filosofia, em busca da "verdadeira função do artista", e fez "Pensar É Fazer Música" (1995).
O terceiro disco surgiu de uma descoberta de Moska: "Faço parte de uma geração que costumo chamar de indiscernível, que não pode ser rotulada" .
"Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, por exemplo, são dessa geração. São pessoas que não têm o preconceito de misturar."
Moska diz tentar se aproximar da brasilidade regional. "A graça da música brasileira está na diversidade, na diferença de regiões."

Show: Paulinho Moska
Quando: hoje e amanhã, às 22h
Onde: Palace (av. dos Jamaris, 213, Moema, tel. 011/531-4900)
Quanto: de R$ 15 a R$ 40

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