São Paulo, sábado, 12 de julho de 1997
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Supermercado do interior já vende menos

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A queda de vendas vivida pelos supermercados da cidade de São Paulo começa a atingir mais fortemente também as redes do interior. Sempre os últimos a receber o impacto das crises, o interior chegou a registrar queda de vendas mais forte do que na capital no mês passado.
Na região noroeste do Estado, onde a laranja, um dos carros-chefes da economia local está com preço inferior ao de anos anteriores, as vendas despencaram, principalmente porque o consumidor perdeu renda.
Foi o que ocorreu na rede Coopercitrus, que atua em várias cidades na região de Barretos. Segundo José Stecca, gerente comercial da empresa, as vendas recuaram 10,8% em junho em relação a maio.
Em julho, o consumidor também está retraído, mas, para Stecca, o fundo do poço foi o mês passado. Para este mês ele espera crescimento de 4% a 5% sobre junho.
"Não estamos perdendo consumidores. Eles continuam vindo às lojas, mas estão comprando menos", diz Stecca.
Para o gerente comercial da Coopercitrus, além da perda de renda dos trabalhadores locais, houve excesso de endividamento devido às facilidades de comprar a prazo. "A população está endividada e compra apenas o básico", afirma.
O efeito da queda das vendas já é repassado para os preços. Nesta semana, os supermercados de São Paulo reduziram, em média, em 0,52% os preços. Já nos hipermercados a queda foi de 0,07%, segundo pesquisa do Datafolha.
Essa pesquisa, feita semanalmente, engloba cem itens nos setores de alimentos, produtos de higiene e de limpeza.
O Datafolha coleta preços em 18 hipermercados e 18 supermercados. Nesta semana foram feitas 6.856 tomadas de preços.
Já o custo dos produtos básicos caiu 1,46% na semana, conforme outra pesquisa do Datafolha. Essa pesquisa inclui apenas acompanhamento de preços de alimentos.
No mesmo período, o custo da cesta básica pesquisada pelo Procon e Dieese ficou estável.
O Procon mostra que as maiores quedas estão ocorrendo no setor de higiene pessoal. Em média, a redução foi de 5,24% no mês, com destaque para creme dental (6,7%) e desodorante (5,6%)

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