São Paulo, domingo, 13 de julho de 1997
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ABCD já é o 3º pólo consumidor do país

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

A região do ABCD (Grande São Paulo) ultrapassou Belo Horizonte (MG) e já é o terceiro maior mercado consumidor do Brasil.
Os moradores das sete cidades que compõem a região do ABCD vão gastar neste ano cerca de US$ 12 bilhões, valor inferior apenas ao consumo anual das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Para a capital mineira, a previsão é de um consumo total de US$ 10,36 bilhões em 1997.
As conclusões fazem parte da pesquisa "Brasil in Foco 97", realizada pela empresa de consultoria Target Pesquisas e Serviços de Marketing, de São Paulo.
O estudo tem como base números do IBGE e um trabalho próprio de coleta de dados nas principais regiões metropolitanas do país.
Segundo a pesquisa, o consumo no ABCD correspondia a 2,31% do total do país em 1989 e hoje corresponde a 2,52% -um crescimento real de 9%.
No mesmo período, a capital mineira diminuiu em 10,1% sua participação no bolo nacional de consumo, passando de 2,4% para 2,157%.
Já a participação do Rio de Janeiro cresceu apenas 2,9% no período, enquanto a cidade de São Paulo teve um crescimento de 12,8%.
"O aumento do consumo no ABCD é uma tendência que vai se tornar ainda mais nítida nos próximos anos", disse Marcos Pazzini, coordenador da pesquisa.
A Target realiza o estudo para orientar empresas, principalmente multinacionais, a direcionar seus investimentos no país.
Um de seus maiores clientes é a Wal-Mart, rede norte-americana de hipermercados que escolheu a região do ABCD para fazer sua entrada no mercado nacional.
Segundo Pazzini, a tendência de crescimento deverá se intensificar por causa do grande volume de investimentos no comércio programado para o segundo semestre. Serão principalmente inaugurações de shopping centers e hipermercados.
Consumo per capita
"A região teve, desde o início da década, um alto crescimento do consumo per capita, o que motivou a exploração de um potencial bastante promissor", declarou Pazzini.
Desde o final da década passada, o nível de consumo per capita anual na região aumentou 343%, passando de US$ 1.223 para US$ 5.424.
"A indústria automobilística, que ainda é a base da economia do ABCD, paga salários relativamente altos". A média salarial em uma montadora, por exemplo, chega a R$ 1.500.
Além disso, a região concentra um expressivo contingente de profissionais liberais, muitos dos quais ligados à atividade industrial. São advogados, engenheiros e médicos com boa renda mensal.
Nos últimos meses, com o aumento na produção de veículos, o ritmo de demissões na indústria declinou. Algumas montadoras, como a Volkswagen e a Mercedes-Benz, de São Bernardo, anunciaram inclusive contratações.
"Apesar da evasão industrial ocorrida pelo alto custo da mão-de-obra, o ABCD ainda concentra uma das melhores opções de investimento em consumo do país", afirma Pazzini.

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