São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 1997
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Livro propõe ensino para jovem infrator

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma pesquisa recém-publicada sobre adolescentes que estão presos no Brasil rompe com dois dos principais preconceitos em relação a esses jovens infratores: o de que há muitos deles e o de que a maioria é perigosa.
A pesquisa mostra que é baixo o número de adolescentes presos, 4.245 ao todo, e que boa parte das infrações que eles cometeram não foram contra a vida (leia quadro ao lado).
Os dois dados apontam para a possibilidade de se enfrentar esse problema melhorando a qualidade de ensino oferecida aos jovens brasileiros -tanto dentro como fora das prisões-, segundo a pesquisa.
Os números foram publicados no livro "O Adolescente e o Ato Infracional", organizado por Mário Volpi, 33, ex-coordenador do Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua (90-95), hoje no Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), organização não-governamental de Brasília.
O livro dedica a primeira parte, de 33 páginas, à "implementação das medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente" -o ECA, de 1990.
"Discutimos basicamente a necessidade de humanizar o atendimento a esses jovens infratores e a mostrar que esse projeto exige extrema competência dos educadores que trabalham com eles", diz Volpi.
"Não adianta privar de liberdade só para punir. Os adolescentes estão em fase de formação e é fundamental que os adultos sirvam de modelo positivo", afirma.

Livro: "O Adolescente e o Ato Infracional"
Organizador: Mário Volpi
Edição: Cortez e Inesc
Apoio: Unicef
Tiragem: 2.500 Preço: R$ 9,50

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