São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
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Proteína deverá auxiliar em tratamento contra 'vaca louca'

RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Uma equipe do Instituto Ludwig de Pesquisa Contra o Câncer (SP) deu uma contribuição importante para o entendimento dos príons -agentes infecciosos que causam distúrbios degenerativos do cérebro, como a doença da vaca louca. O estudo pode ser o ponto de partida para o desenvolvimento de tratamentos contra essas doenças.
O trabalho foi submetido para publicação na revista"Nature Medicine". As descobertas foram apresentadas ontem na SBPC por uma das autoras, Vilma Regina Martins.
A pesquisa envolveu o desenvolvimento de um "peptídeo" -uma espécie de proteína artificial- capaz de ajudar a identificar o local na superfície das células importante para a existência da infecção. Os príons são proteínas que agem entrando na célula e mudando a conformação de uma proteína normal na sua membrana (superfície).
A doença da vaca louca faz com que o cérebro do animal tenha a consistência de uma esponja e causa descontroles que lembram uma demência. "Os príons serão uma área importante de pesquisa no século 21", disse Martins.
Isso porque essa proteína não é um agente infeccioso estranho ao corpo; a proteína invasora é quase a mesma que a normal que está na célula. Elas têm a mesma sequência de aminoácidos, os "tijolos" que formam as proteínas (muda apenas a conformação espacial). Os cientistas acham que essas proteínas estão envolvidas em mecanismos cerebrais como a memória.

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