São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Campanha de SP ficou abaixo do esperado

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Novos dados divulgados pelo CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) do Estado de São Paulo mostram que os resultados da última campanha estadual de vacinação devem ficar aquém das expectativas.
O número de crianças que receberam vacinas Sabin (contra poliomielite), BCG (tuberculose) e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) foi menor que o previsto.
O CVE esperava vacinar 600 mil crianças contra a pólio, mas apenas 440.088 foram imunizadas.
Receberam a BCG 14.789 crianças, contra uma previsão inicial de que 80 mil seriam vacinadas.
No caso da tríplice viral, foram vacinadas 145.047 crianças, menos de um terço da quantidade prevista pela coordenação da campanha.
Somente nos casos da vacina contra sarampo e da tríplice (contra coqueluche, difteria e tétano), a campanha, realizada entre 21 e 27 de junho passado, vacinou a quantidade esperada de crianças.
Foram imunizadas contra sarampo 66.975 crianças com menos de um ano de idade (a previsão era vacinar 60 mil). Receberam a tríplice 593.993 crianças, cerca de 43 mil a mais do que o esperado.
O CVE informou que os novos dados ainda não definitivos, mas não devem sofrer alterações significativas no balanço final da campanha.
Para a médica Clélia Maria Aranda, diretora da divisão de imunização do CVE, a situação mais preocupante é a da tríplice viral.
Essa vacina é a recomendada para proteger crianças com mais de 15 meses de idade contra o sarampo -doença que vive um surto epidêmico no Estado.
Neste ano, já foram confirmados 1.193 casos da doença e houve cinco mortes de crianças.
"Estamos preocupados com o avanço do sarampo", disse Clélia. "Esperávamos ter vacinado mais crianças com a tríplice viral."
Segundo Clélia, há duas explicações para o número de crianças vacinadas ter sido menor do que o esperado no caso da tríplice viral, pólio e tuberculose.
A primeira é que o CVE possa ter exagerado na previsão do número de crianças que estavam com vacinas atrasadas.
O erro de cálculo pode ser o responsável pelo fato de que menos mães do que o previsto procuraram os postos de saúde para colocar as vacinas de seus filhos em dia.
"A segunda explicação é que a campanha pode ter simplesmente atingido menos pessoas do que o esperado.", disse Clélia.
Segundo a médica, quando saírem os resultados finais da campanha, a Secretaria de Estado da Saúde vai tomar uma posição sobre as próximas medidas a serem adotadas para barrar o avanço do sarampo. "Estamos reavaliando nossas estratégias", disse Clélia.

Texto Anterior: SP pode distribuir seringas em agosto
Próximo Texto: Juiz dá liminar contra uso de verba da CPMF
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.