São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
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Governo do tucano Azeredo em MG deu início à onda de greves

Governador mineiro fez negociação desastrada

DA REDAÇÃO

O efeito "cascata" das greves nas polícias Civil e Militar teve como origem Minas Gerais. Os PMs reivindicavam reajuste desde março. A situação piorou quando o governo anunciou reajuste de 10% a 20% só para oficiais. Os policiais entraram em greve em 12 de junho.
O conflito atingiu o ápice em 24 de junho, quando o cabo da PM Valério dos Santos Oliveira, 36, foi atingido por um tiro na cabeça durante manifestação em Belo Horizonte. Policiais civis e militares faziam passeata, quando entraram em choque com a tropa da PM que protegia a sede do governo. O cabo morreu quatro dias depois.
Após o incidente, o governador mineiro Eduardo Azeredo, do PSDB (mesmo partido do presidente Fernando Henrique Cardoso) teve de conceder aumento de 48,2%, maior do que o inicialmente pedido pelos grevistas, e o policiamento foi normalizado.
O governador mineiro foi muito criticado pelo modo como conduziu as negociações com os policiais. O governo federal avisou que não ajudaria a pagar a conta dos aumentos concedidos às polícias.
O sucesso da greve em Belo Horizonte provocou o início de movimentos em outros nove Estados.
Em 30 de junho, policiais civis e militares do Pará iniciaram ameaças de greve no Estado. A PM de Mato Grosso do Sul entregou reivindicações do governo do Estado.
Desde então, o movimento grevista vem se alastrando pelo país.

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