São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governador interino quer ajuda da União

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O governador interino de Alagoas, Manoel Gomes de Barros (PTB), 52, afirmou ontem que é "diferente" do governador licenciado, Divaldo Suruagy (PMDB), e que vai precisar de "dinheiro federal" para pagar os salários atrasados dos servidores.
"Há sinais bastante fortes de que o governo federal vai nos emprestar dinheiro para o fim específico de pagar salários atrasados. O dinheiro do presidente FHC tem que chegar rápido para o Estado se tranquilizar", afirmou em entrevista à TV Gazeta.
Barros disse ter "um estilo bastante diferente do Suruagy". Ele pretende fazer uma ampla mudança no secretariado.
No máximo até segunda-feira, Barros espera que já estejam concluídas as negociações com o governo federal para a antecipação da privatização da Ceal (Companhia Energética de Alagoas), que deve ser financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Barros espera que o governo libere na operação um total de R$ 120 milhões, dinheiro suficiente para pagar 4 das 7 folhas salariais em atraso (veja texto à pág. 1-8).
Sensibilidade
"Sempre fui um admirador do FHC, mas ele tem que se mostrar mais sensível com a população alagoana, que está morrendo de fome. Não dá mais para esperar dinheiro federal", afirmou o presidente da Assembléia Legislativa, deputado João Neto (PSDB).
Neto disse que o novo governador pretende ir a Brasília com todos os deputados para "forçar" o empréstimo para quitar as dívidas trabalhistas dos servidores, única forma de se reconquistar a governabilidade no Estado, segundo ele.
Em pronunciamento, hoje, Barros vai pedir aos servidores em greve geral que voltem ao trabalho, especialmente os policiais.
O governador interino tem um temperamento mais "explosivo" do que o de Divaldo Suruagy.
Quando foi primeiro secretário da Mesa Diretora da Assembléia, por exemplo, determinou o fechamento da Casa em protesto contra o então governador Fernando Collor, a quem fazia oposição.
No ano passado, ele determinou a prisão do empresário Marco Antonini, proprietário do restaurante Dom Marco, na praia da Pajuçara, em Maceió. O empresário teria se negado a dar uma nota fiscal do jantar do vice-governador.
Mano é economista e descende de família de políticos: é filho de Antônio Gomes de Barros (vice-governador do Estado no primeiro governo de Suruagy -1975/78) e genro do ex-governador Lamenha Filho, pai de Jane, com quem tem quatro filhos.
Iniciou sua carreira política em 1972, quando tentou ser prefeito de União dos Palmares. Em 1976, em segunda disputa, foi eleito pela Arena (depois PDS), mandato que exerceu até março de 1982.
Depois disso, foi eleito deputado estadual por duas vezes por PDS e PFL. É ligado ao setor agrícola por ser proprietário de duas fazendas no interior do Estado.

Texto Anterior: FRASES
Próximo Texto: Três manifestantes são baleados e outros 10 ficam feridos em conflito
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.